A AirAsia, da Malásia, gerou o maior burburinho com um pedido recorde de 200 aviões, pouco acima do feito pela companhia indiana de baixo custo IndiGo, de 180 aeronaves. A GoAir também fez um pedido para 72 Airbus, por 6,6 bilhões de dólares.
"Foi uma febre em Paris com pedidos da Índia provando que a indústria está em ótima forma. É tudo parte da mudança no poder econômico do Ocidente para o Oriente," disse o estrategista sênior da BGC Partners Howard Wheeldon.
As companhias aéreas da Índia têm pedidos avaliados em 40 bilhões de dólares, mas analistas disseram que a capacidade do setor de crescer será testada pelos altos preços de combustível, infraestrutura pobre, dívidas e taxas de juro que estão frequentemente subindo.
"Até agora, parece exagerado que a Índia precise de tantos aviões porque o país não possui infraestrutura para lidar com isso," disse Kishor Ostwal, presidente do conselho da empresa de pesquisas CNI. "Nós precisamos esperar para ver se teremos a infraestrutura para suportar outros 300 a 400 aviões nos próximos anos. Até agora, as companhias aéreas não conseguem espaço para pousar nas principais rotas e isso aumenta ainda mais os custos operacionais," acrescentou.
Houve melhorias, como a maior via expressa elevada do país ligando a congestionada cidade de Hyderabad ao seu aeroporto, mas analistas afirmam que há muito trabalho pela frente. A conectividade segue inadequada em boa parte da Índia e infraestrutura de aeroportos não existe em várias cidades menores.
Ainda assim, as companhias aéreas estão aumentando suas frotas conforme cresce a demanda na Índia, acompanhando o crescimento econômico de quase 9 por cento com uma crescente classe média que estava acostumada a viajar de trem e agora começa a optar pelo ar.
"No início dos anos 2000, havia 100 grandes aviões de passageiros na Índia para 1 bilhão de pessoas; agora, há 300 aviões para 1,2 bilhão. A razão é extremamente pequena," disse Kiran Rao, vice-presidente executivo de vendas da Airbus. No mesmo período, a quantidade de aviões sendo produzidos no país subiu de apenas de 12 em 2000 para mais de 500 depois da feira.
Como contraste, a China, que deve também ter crescimento dramático, começa com 1.400 grandes aviões para 1,3 bilhão de pessoas.
A principal companhia aérea indiana, Jet Airways, a estatal Air India e a empresa de baixo custo SpiceJet somam mais de 12 bilhões de dólares em pedidos.
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