Na Argentina, Cristina escolhe ministro da economia como vice
A presidente Cristina Kirchner anunciou na noite de sábado (25) que o ministro da Economia de seu governo, Amado Boudou, será o candidato a vice na sua chapa nas eleições de outubro.
Ao ressaltar a recuperação econômica da Argentina, especialmente após a crise de 2008, Cristina afirmou que escolheu o ministro por sua "lealdade" ao governo e por ele não ter "medo das corporações".
A presidente ainda declarou que o "Congresso deve ter um homem que saiba como funciona o modelo". O vice-presidente da Argentina também preside o Senado.
Cristina buscava para integrar sua chapa um vice jovem e leal. Ela quer evitar episódios como a briga com seu atual vice, Julio Cobos, que é rompido com o governo desde meados de 2008, quando estourou um conflito entre Casa Rosada e produtores agropecuários. Membro da UCR (União Cívica Radical), partido da oposição, Cobos foi peça central na crise ao votar contra os Kirchner.
Amado Boudou, 48, integra o governo desde 2006, ainda na gestão do ex-presidente Néstor Kirchner (morto no passado). Assumiu o ministério da Economia em 2009. Boudou esteve à frente da renegociação da dívida argentina e de medidas polêmicas, como a que aumentou a participação do Estado em mais de 30 empresas privadas.
Conservador e ligado à direita argentina num passado não muito distante, Amado Boudou tornou-se um dos mais fervorosos kirchneristas. Roqueiro nas horas livres, ele é ligado ao movimento juvenil La Cámpora, um dos principais arrimos do governo. O grupo está presente em quase todos os atos públicos da presidente e é liderado por Máximo Kirchner, filho de Cristina.
Hoje termina o prazo da justiça eleitoral para o registro das chapas presidenciais. A eleição, em outubro, será precedida por uma inédita primária nacional, em 14 agosto, obrigatória para todo eleitor argentino.
A prévia servirá para confirmar a presença do candidato no pleito de outubro. Para isso, ele precisa receber mais de 3% dos votos.
Cristina, até agora, lidera todas as pesquisas de intenção de voto, com cerca de 40% das preferências. Atrás, com 15%, está Ricardo Alfonsín, da UCR. O desafio da oposição é levar a disputa para um segundo turno.
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