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Nacional
Domingo - 26 de Junho de 2011 às 00:54

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O Brasil apresentou a candidatura do agrônomo José Graziano, ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o governo Lula, oficialmente na tarde deste sábado, 25 de junho, em Roma, Itália, durante a 37ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O desafio é acabar com a fome no mundo. Atualmente, a agência das Nações Unida conta com US$ 1 por dia, por pessoa, para reduzir a fome.

Em discurso no plenário da casa, diante das delegações de 191 países, Graziano apresentou sua plataforma. “Precisamos ir além da meta de desenvolvimento do milênio e reduzir a fome à metade até 2015”, defendeu. A eleição para o cargo máximo da instituição acontece no domingo, a partir das 10h30, hora local. O vencedor precisa obter metade mais um dos votos. A posse está marcada para ocorrer em 1º de janeiro de 2012.

Graziano concorre contra outros cinco candidatos pela cadeira ocupada atualmente pelo senegalês Jacques Doufi. Todos fizeram seus pronunciamentos na tarde do sábado. Além do brasileiro, estão na disputa o austríaco Franz Fischler, ex-comissário europeu para a Agricultura; o indonésio Indroyono Soesilo; o iraniano Saeid Noori Naeini; e o iraquiano Abdul Latif Rashid. Graziano é apontado como um dos favoritos, ao lado do espanhol Miguel Ángel Moratinos.

Plataforma

O candidato brasileiro definiu cinco prioridades na sua plataforma de trabalho para a diretoria geral da FAO: combate à fome, estímulo à produção de alimentos para corrigir desequilíbrios, governança global para alimentação e segurança alimentar, reforma do órgão, além da aumento da cooperação Sul-Sul.

Por determinação da presidenta Dilma Rousseff, estão em Roma, representando o governo brasileiro, os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Wagner Rossi (Agricultura) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário). Os três ministros lideram a delegação. Eles desembarcaram na Itália, na quinta-feira, para promover um seminário de cooperação técnica em agricultura, segurança alimentar e políticas sociais.

Embora reconheça que será difícil atingir os resultados de redução da fome mundial pela metade em quatro anos, Graziano chamou a atenção dos representantes de países para o desafio imposto aos povos. “Alguns países fracassarão em alcançar este marco, mas, baseado em experiência própria, creio que isso é possível e compatível com desenvolvimento econômico responsável, o uso sustentável dos recursos naturais e a busca da paz”, destacou.

“Minha meta é mobilizar os países de renda média e alta para que desempenhem um papel mais importante, não apenas como doadores de recursos financeiros, mas também por meio de apoio técnico, qualificado e relevante aos programas da FAO”, apontou.

O discurso de Graziano junto às delegações de países junto a FAO incluiu sua experiência à frente do Programa Fome Zero, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Brasil conseguiu, em oito anos, tirar 28 milhões de pessoas da situação de pobreza.

“Durante toda minha vida, trabalhei para fazer de meu país um lugar melhor, onde as pessoas pudessem viver com dignidade. Se for eleito, me guiarei pelo desejo dos fundadores da FAO em ver os recursos mundiais utilizados de maneira sensata, para o bem de toda a humanidade e pela paz”, apontou.

Fome

Ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan fez um pronunciamento ainda pela manhã. Ele criticou a falta de cooperação entre os países para resolver o problema da fome no mundo e acusou as nações mais ricas pela compra de terras em regiões pobres. Segundo Annan, para garantir a alimentação de suas populações, essas nações colocam em risco outros povos. Prêmio Nobel da Paz em 2001, Annan preside a Aliança por uma Revolução Verde na África (Agra), entidade financiada por doações de fundações filantrópicas americanas e britânicas.

O novo diretor-geral da FAO tem um grande desafio pela frente: erradicar o flagelo da fome. O planeta tem quase um bilhão de pessoas mundo em situação precária e faminta. Os dados da FAO apontam que, a cada seis segundos, uma criança morre na Terra devido a problemas relacionados à desnutrição. A entidade tem em seu orçamento cerca de US$ 1 bilhão, quantia considerada insatisfatória diante dos problemas. Os recursos são provenientes das contribuições obrigatórias dos países membros, além de doações. 

 Acesse a galeria de fotos da participação brasileria na Assembleia da FAO:
http://www.flickr.com/photos/minagricultura






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