Ele também denunciou novamente "a exploração" por parte de Washington dos atentados de 11 de Setembro para justificar as intervenções no Afeganistão e no Iraque, comparando-a com a "exploração do Holocausto" para defender Israel.
Em uma mensagem dirigida à conferência, o líder supremo iraniano Ali Khamenei denunciou, por sua vez, "o cálculo diabólico das potências dominantes que tentam explorar o terrorismo" para justificar sua presença na região.
Após o final da conferência, os governos de Irã, Afeganistão e Paquistão anunciaram neste sábado um acordo de cooperação de luta contra o terrorismo, que causou dezenas de milhares de vítimas durante os últimos anos nestes três países vizinhos.
"As três partes se comprometem a fazer esforços para eliminar o extremismo, o militarismo, o terrorismo e rejeitar intervenções estrangeiras que são contrárias ao espírito do Islã, às tradições de paz da região e aos interesses de seus povos", afirmaram Ahmadinejad, e seus colegas paquistanês, Asef Ali Zardari, e afegão, Hamid Karzai, em uma declaração conjunta assinada em Teerã.
Os três anunciaram ainda a celebração de "reuniões entre os ministros das Relações Exteriores, do Interior, de Segurança e da Economia dos três países para organizar uma próxima cúpula" no final do ano, em Islamabad.
O encontro de Teerã foi realizado à margem de uma conferência internacional sobre o terrorismo, da qual ainda participaram o presidente do Iraque, Jalal Talabani; do Sudão, Omar al Bashir e do Tajiquistão, Emomali Rahmon, além de delegações de outros 60 países.
O terrorismo "se espalha e ameaça mais do que nunca o Afeganistão e região", alarmou Karzai durante a conferência, no momento em que um atentado suicida contra um hospital matou dezenas de pessoas no país, onde atos violentos são cotidianos apesar da forte presença militar ocidental.
O paquistanês Asef Ali Zardari conclamou "todos os países a se mobilizarem para colocar o terrorismo de joelhos antes que seja ele a pôr de joelhos a comunidade internacional". De acordo com Zardari, os atentados já mataram 35 mil pessoas nos últimos anos no Paquistão.
"A luta contra o terrorismo necessita de uma mobilização internacional, já que a segurança de todas as nações se encontra sob ameaça", afirmou Ahmadinejad, contabilizando 16 mil vítimas no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.
Teerã acusa com frequência os serviços de inteligência americanos, israelenses e paquistaneses de apoiarem os grupos terroristas sunitas da província de Sistão-Baluchistão, na fronteira com o Paquistão. Os países ocidentais, por outro lado, acusam o Irã de financiar o terrorismo.
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