A diretora do festival, Colette Naufal, em declarações divulgadas nesta sexta-feira pela imprensa local, declarou que os filmes proibidos são "Chou Sar?", do libanês De Gaulle Eid, e "Green Days", da iraniana Hana Majmalbaf.
O primeiro relata a história do próprio diretor, que assistiu ao massacre, por razões políticas, de 13 membros de sua família, em sua aldeia natal, no sul do Líbano. O realizador libanês, que vive na Córsega, é um dos protagonistas do documentário, no qual não acusa ninguém, mas relata a pequena investigação feita sobre as circunstâncias dos assassinatos.
Naufal disse que a decisão de proibir o documentário foi tomada por um juiz a partir de uma queixa apresentada por um dos protagonistas que aparece na filmagem. O magistrado pediu que essa passagem fosse cortada, o que foi prontamente rejeitado por Naufal que preferiu retirá-lo do festival.
O segundo documentário censurado relata os eventos ocorridos no Irã no dia seguinte às eleições presidenciais de 2009, e, segundo a imprensa, essa medida foi tomada a pedido da embaixada do Irã em Beirute.
Não é a primeira vez que o Líbano censura filmes, documentários e outras formas de expressão artísticas. A censura no país está a cargo da Segurança Nacional, mas as autoridades religiosas e administrativas podem exercer pressões para impor seus pontos de vista ao considerar que existem razões morais ou políticas para isso.
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