Mudança de regra pode acabar com principal trunfo da Red Bull

Sete poles em sete corridas nesta temporada. Desde o ano passado, foram 22 em 26 provas e um aproveitamento de 84%. O incrível desempenho da Red Bull em classificações, porém, pode estar com os dias contados.

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) decidiu há alguns dias que, a partir do GP da Europa, cujos primeiros treinos livres começam nesta sexta-feira nas ruas de Valencia, as equipes não poderão mudar o mapeamento do motor do treino classificatório para a corrida.

No paddock, especula-se que esse é um dos principais trunfos da equipe, já que seu desempenho nas provas tende a ser inferior do que nas sessões que definem o grid. Em tese, a Red Bull usa uma configuração de motor mais radical para as classificações, gastando mais combustível para melhorar a performance.

Para os GPs, a equipe coloca o propulsor num modo mais seguro, que gaste menos gasolina, mas que seja mais confiável. Times como McLaren, Mercedes, Ferrari e Renault também usam desse artifício, mas com menos eficiência que a Red Bull.

Justamente por isso, quem mais deve perder com a mudança no regulamento é a atual campeã. A FIA não admite, mas a novidade repentina, anunciada às equipes apenas na última terça-feira, tem como objetivo "segurar" a atual campeã para evitar que o campeonato torne-se chato.

O time já venceu cinco provas e é líder disparado do Mundial de Construtores, com 69 pontos a mais que a McLaren, segunda colocada. "Honestamente, não acho que isso vá mudar o Mundial de cabeça para baixo", disse o piloto da Red Bull Mark Webber.

"Estamos acostumados a nos adaptar a novidades de última hora". Christian Horner, chefe da Red Bull, também tentou minimizar os efeitos que a mudança pode trazer e evitou criticar a decisão da FIA.

"É impossível prevermos o que acontecerá. O segredo para nosso desempenho não se baseia em apenas uma coisa", falou o dirigente, nesta quinta-feira. O único representante da Red Bull a criticar abertamente a novidade foi Helmut Marko, consultor do time.

"Se os outros não conseguem nos copiar, eles pedem para banir nossas ideias". Para os "outros", a novidade é a primeira chance de tentar se aproximar da equipe austríaca, já que em duas semanas, em Silverstone, haverá uma nova mudança técnica, dessa vez nos escapes.

"Que as equipes vão perder performance com isso é certo. Eu só espero que a Ferrari perca menos que as outras", disse Felipe Massa.

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