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Policia MT
Quinta - 26 de Setembro de 2013 às 09:45
Por: YURI RAMIRES

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Analise do Ipea aponta que vigência da Lei Maria da Penha não reduziu o número de mortes
Analise do Ipea aponta que vigência da Lei Maria da Penha não reduziu o número de mortes
Trezentas e dez mulheres foram mortas em Mato Grosso entre 2009 e 2011. O número representa uma média de 103 vítimas por ano e para a assistente social e coordenadora do Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e Cidadania da UFMT, Vera Bertolini, mostra um cenário preocupante e que não terá redução tão cedo. 


 
Os dados são do estudo ‘Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil’, feito pelo Instituto de Pesquisa e Econômica Aplicada (Ipea). 


 
O feminicídio acontece quando as mulheres têm qualquer relação de afeto ou parentesco com o agressor. Também é levada em consideração a existência de violência sexual, mutilação ou desfiguração da vítima. 


 
Além dos dados, foi avaliado o impacto da Lei Maria da Penha, que entrou em vigor no ano de 2006 para amparar as vítimas da violência doméstica. Segundo o estudo, a lei ainda não influência na redução das mortes, já que as taxas permanecem estáveis antes e depois da vigência. 


 
Conforme Vera Bertolini, os dados são um reflexo da violência de gênero, que é construída e promovida pela própria sociedade. Para a pesquisadora, as políticas de proteção à mulher devem ser melhoradas e reforçadas em Mato Grosso. 


 
Ela defende que falta atuação do poder executivo na questão, pois existem vários boletins de ocorrência de ameaça e nada é feito para garantir a segurança das vítimas. 


 
A professora também critica que a única ação vem do judiciário, ou seja, a prisão do agressor. Ela explica que o ideal seria ter um trabalho de reeducação dos homens, mesmo que dentro dos presídios. 


 
Bertolini atua dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). “No grupo discutimos a violência doméstica e muitos ali foram presos por isso. Eles relatam que quando ganharem a liberdade vão terminar de consumar o fato, ou seja, vão continuar a agressão. Isso é ressocializar?”, questiona. 


 
OUTROS DADOS – O estudo mostra que a cada 100 mil mulheres do Centro-Oeste, 6,86 foram mortas em decorrência da violência doméstica entre 2009 e 2011. 


 
Em todo o país, 5.665 mil mulheres foram mortas em três anos, totalizando 16.994 mortes. No Centro-Oeste, Goiás aparece como o primeiro lugar, com 685 mortes, sendo 229 por ano. Mato Grosso aparece em seguida com 310 homicídios, 103 mortes por ano. Mato Grosso do Sul apresentou 79 por ano, totalizando 237. O Distrito Federal aparece em último com 222 homicídios, sendo 74 por ano.





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