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Internacional
Quarta - 22 de Junho de 2011 às 16:59

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A ONU alertou nesta quarta-feira que o agravamento da crise no Sudão, sobretudo na província de Kordofan do Sul, terá "graves consequências humanitárias" sobre milhões de civis dos dois lados da fronteira que a partir de 9 de julho dividirá o país africano.

"Podemos enfrentar um cenário muito pessimista, com milhões de civis tanto no Sudão quanto no sul do Sudão necessitando de proteção e assistência humanitária de crucial importância", disse a subsecretária geral para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, em comunicado divulgado nesta quarta-feira pelo porta-voz da ONU.

Valerie mostrou sua preocupação diante do "alarmante ritmo de deterioração da situação em todo Sudão" e denunciou que "os civis carregam o peso de um ambiente político cada vez mais incerto e volátil".

"O conflito impediu a semeadura no início da temporada agrícola, o que causará escassez de alimentos no país", explicou a responsável da ONU, que alertou principalmente sobre a situação em Kordofan do Sul, uma região limítrofe entre o norte e o sul, onde nas últimas semanas os enfrentamentos se intensificaram.

"O tratamento aos civis em Kordofan do Sul, desde onde chegam denúncias de ataques aos direitos humanos e de perseguição étnica, é inadmissível", disse a responsável da ONU, que ressaltou que o conflito nessa região já obrigou o deslocamento de 70 mil pessoas.

Segundo Valerie, "muitos outros fugiram de seus lares", entre os quais se encontram as pessoas que abandonaram recentemente "a segurança da base da Unmis (missão do organismo no Sudão) na cidade de Kaduqli".

"Temos que acabar com a insegurança e as restrições ao movimento, que continuam limitando nossa avaliação da situação e nos impede de entregar a ajuda de que a população necessita e reabastecer as provisões", disse ela, que pediu também o fim "imediato" das "ameaças aos trabalhadores humanitários e aos capacetes azuis".

Desde o último dia 5, as tropas do norte do Sudão combatem na província setentrional de Kordofan do Sul, rica em petróleo, contra grupos armados aliados da região autônoma meridional, que declarará sua independência em 9 de julho.

Os conflitos também afetaram a disputada região petrolífera de Abyei, onde na segunda-feira as partes finalmente chegaram a um acordo para sua desmilitarização.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também manifestou nesta quarta-feira sua preocupação, em um encontro com a imprensa, perante a situação no Sudão, e assegurou que espera que o Conselho de Segurança aprove "o mais rápido possível" a criação de uma nova missão do organismo no sul do país por ocasião de sua independência.

A guerra entre o norte e o sul do Sudão começou em 1983, quando o regime de Cartum impôs a lei islâmica em todo o país e os rebeldes sulinos, de maioria cristã e animista, pegaram em armas.

O conflito terminou em 9 de janeiro de 2005, quando o Governo sudanês e os rebeldes assinaram um acordo de paz que pôs fim a 21 anos de uma guerra que causou a morte de 2 milhões de pessoas e que incluía a realização de um referendo, que foi realizado em janeiro deste ano e através do qual a população apoiou a independência.





Fonte: EFE

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