Os analistas consultados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para a elaboração das Projeções e Expectativas de Mercado, que foram divulgadas nesta quarta-feira, previram um avanço de 6,2% para a inflação ao final deste ano (abaixo do teto da meta do governo, de 6,5% para o período), uma retração de 0,1 ponto percentual ante à última sondagem, e um avanço de 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), 0,2 ponto percentual menor que que o estudo foi publicado anteriormente.
"O número da inflação é o mais importante. Desde o ano passado, ela vinha mostrando deterioração. O recuo foi pequeno, mas é importante, pois mostra uma mudança de tendência", disse Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban.
A expectativa para o arrefecimento do avanço do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), índice usado para reajuste de aluguéis, foi mais significativo, de 0,7 pontos percentuais, para 6,3%. "A queda na expectativa do IGP-M foi mais acentuada. Tivemos um recuo de atividade, pelas medidas que foram tomadas pelo governo", disse Sardenberg.
A taxa básica de juros mostrou manutenção para as previsões deste ano e um leve crescimento para o ano que vem, terminando, segundo as expectativas, 2011 em 12,5% ao ano e 2012 em 12,25% ao ano, 0,25 ponto maior que o registrado na última pesquisa.
Segundo o estudo, o saldo da balança comercial deve terminar o ano a US$ 20,2 bilhões, ante US$ 18,2 bilhões do último estudo. Os números também preveem uma queda da expectativa para o saldo em transações, indo de um déficit de US$ 60,9 bilhões para US$ 59,8 bilhões. "Temos uma perspectiva muito favorável para exportação brasileira. Não teremos um impacto de commodities imediato, nada que afete o nosso resultado", disse.
Esse número, segundo Sardenberg, é suprido pelo aumento do Investimento Estrangeiro Direto, o que motiva a espera pelo aumento das reservas internacionais para US$ 342,6 bilhões. "Esse déficit continua sendo financiado pelo investimento estrangeiro direto. Por conta disso, temos a expectativa que as reservas continuem subindo. Estamos falando de US$ 340 bilhões de reserva para este ano e US$ 360 para o próximo", afirmou.
O preço do dólar tem, segundo o documento com previsões dos executivos dos bancos, desvalorização de R$ 0,02 na cotação ante à última sondagem, o que faria com que a moeda terminasse o ano valendo R$ 1,60.
Com o aumento da taxa básica de juro na última reunião do Copom, para 12,25% ao ano, houve uma retração na expectativa do crescimento para o crédito ao final do ano, indo de 16,7% da última sondagem para 16,5% para a atual. "Tivemos um recuo na margem do crédito para este ano e uma estabilização para 2012. Isso reflete o fato que as medidas macroprudencias, a elevação nos juros. A gente encontrou um patamar para a expectativa do crescimento do crédito, em função do atual quadro", disse.
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