Bolsa sobe 0,4% no fechamento, com otimismo por Grécia
O terceiro pregão consecutivo de ganhos na Bolsa brasileira não foi suficiente para que o "termômetro" do mercado retomasse um importante nível de preços: os 62 mil pontos, perdidos desde a terça-feira passada.
Para muitos analistas, é importante que a Bolsa passe a oscilar acima dessa pontuação para que apresente uma tendência mais consistente de recuperação. Caso contrário, na melhor das hipóteses, tende a "andar de lado" -- sem revelar uma tendência firme-- tal como visto nos últimos meses.
Hoje, investidores optaram por um otimismo cautelo: embora haja expectativas positivas de um desfecho positivo do drama grego, poucos se animaram a fazer negócios: o giro de R$ 4,60 bilhões ficou bem abaixo da média de maio (R$ 6 bilhões/dia).
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, valorizou 0,42% no fechamento, aos 61.423 pontos. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,91%.
Somente a ação preferencial da Vale concentrou R$ 484,9 milhões em negócios no pregão de hoje, tendo alta de 0,80%. Outra ação importante, a preferencial da Petrobras, teve ganho de 0,60% e negócios de R$ 313,7 milhões.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,590, em queda de 0,31%, após oscilar entre R$ 1,597 e R$ 1,587.
A crise da Grécia passa por momentos decisivos nos próximos dias. O parlamento grego deve votar hoje à noite uma moção de apoio ao novo gabinete do primeiro-ministro George Papandreou, que pretende aprovar as austeras medidas fiscais exigidas pela União Europeia e FMI para liberar novas parcelas do pacote de socorro financeiro acertado no ano passado.
Por enquanto, há uma relativa confiança entre os investidores de que o país mediterrâneo, mesmo que no "último minuto", deve receber ajuda dos demais países europeus, já que as consequências de um "default" (suspensão de pagamentos) grego seriam drásticas para a economia da região.
"Se a Grécia conseguir completar essas reformas econômicas, a aversão a risco tende a diminuir bastante", avalia Mário Paiva, analista da corretora BGC Liquidez. "Não vai ser bom para ninguém que a Grécia entre em "default" [suspensão dos pagamentos]", acrescenta.
"Mesmo que sejam liberados os 12 bilhões de euros do pacote atual, os problemas de curto prazo não serão resolvidos. (...) Na quinta e na sexta-feira desta semana serão dados sinais sobre esse assunto, quando os ministros da zona do euro se reúnem para discutir o caso", comentam os analistas da Lerosa Investimentos, em seu relatório diário sobre o mercado financeiro.
Entre outras notícias importantes do dia, a inflação medida pelo IPCA-15 teve variação de 0,23% em junho, ante 0,70% em maio. Nos 12 meses, a inflação acumulada é de 6,55%. Economistas do setor financeiro projetavam uma taxa de 0,17% para o período.
Nos EUA, as vendas de casas contraíram 3,8% em maio, ante abril, e foram 15,3% inferiores ao montante comercializado em maio do ano passado. O total de casas vendidas (nos 12 meses) foi de 4,81 milhões, número em linha com as expectativas do setor financeiro.
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