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Terça - 21 de Junho de 2011 às 01:32
Por: ANA ROSA FAGUNDES

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Diante de novos fatos revelados pela revista Veja sobre o “dossiê aloprados”, o Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso pediu ontem que a Polícia Federal faça novas investigações sobre o caso. O escândalo veio à tona às vésperas do primeiro turno das eleições de 2006, quando petistas teriam encomendado um dossiê com documentos falsos para ligar o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), a fraudes no Ministério da Saúde.

O Ministério Público, porém, nunca ofereceu denúncia contra os envolvidos por falta de provas contundentes, embora o inquérito ainda tramite na Justiça.

Agora, novos personagens aparecem na trama. Um dos acusados do esquema, o bancário Expedito Veloso, coloca o ex-senador e atual ministro de Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante como o principal mentor e beneficiário da farsa para sujar a imagem de Serra.

Além disso, dois nomes de peso da política mato-grossense também são citados num esquema “estilo aloprados” para manchar a imagem de concorrentes: o senador Blairo Maggi (PR) e o ex-deputado federal, hoje secretário do Ministério da Educação, Carlos Abicalil (PT).

Expedito Veloso, em gravação revelada pela revista Veja desta semana, conta que Abicalil articulou para colocar o nome dos ex-senadores Serys Slhessarenko (PT) e Antero Paes de Barros (PSDB) na lista dos envolvidos no escândalo do sanguessugas.

Conforme Veloso, por meio de Abicalil, Maggi teria pago R$ 2 milhões para os irmãos Vedoin colocarem o nome dos dois indevidamente na lista. Pouco antes da eleição do primeiro turno, estourou o escândalo dos sanguessugas e o nome dos dois estava na lista dos envolvidos no esquema que superfaturava a compra de ambulâncias e materiais para a saúde.

O escândalo dos Aloprados foi um desdobramento das investigações da operação Sanguessuga. Neste, os empresários de Mato Grosso Darci Vedoin e Luiz Antonio Vedoin foram a acusados de um esquema com parlamentares, onde emendas eram utilizadas na compra de ambulâncias e equipamentos superfaturados para prefeituras. Diversos políticos tiveram os nomes envolvidos no escândalo.

Tanto Antero como Serys sempre negaram envolvimento e já falavam em armação por causa da eleição. Antes que um dossiê contra Serra fosse revelado, a Polícia Federal, que investigava os sanguessugas, descobriu o esquema e prendeu petistas com R$ 1,7 milhão. A origem do dinheiro nunca foi descoberta.

Com novos personagens no caso, o Ministério Público pediu novas diligências, mas não informou quais foram esses novos pedidos, feitos diretamente à Polícia Federal.

O caso está sem um procurador responsável no Ministério Público em Mato Grosso. O procurador Mário Lúcio Avelar, responsável pelo inquérito, foi transferido para a Procuradoria Regional de Goiás. Como o processo está na Justiça Federal, assim que os autos voltarem para o Ministério Público, será redistribuído.





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