Medida presidencial legaliza carros contrabandeados do Brasil; risco está na fronteira com Cáceres
Silval diz que Bolívia fomenta roubo de veículos em MT
O governador Silval Barbosa (PMDB) criticou, nesta segunda-feira (20), o decreto assinado pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, que legaliza veículos sem documentação regular, e afirmou que vai recorrer ao Governo Federal para exigir providências.
A Lei, promulgada na semana passada por Evo Morales, legalizará o que antes já era “permitido”, isto é, que veículos sem documentos circulem livremente na Bolívia. Para tanto, basta que os novos “donos” nacionalizem seus carros.
"É um absurdo ver o país vizinho reconhecendo veículos irregulares, enquanto discutimos no Brasil modelo de identificação segura aos cidadãos. Nós teremos contato com a presidente Dilma Rousseff e pediremos ainda ajuda aos Ministérios da Justiça e Relações Exteriores", declarou, em entrevista ao MidiaNews.
O chefe do Executivo ressaltou que vai pedir a intervenção do Governo Federal neste diálogo, por entender que se trata de uma questão de Segurança Pública que interessa ao Estado de Mato Grosso.
"É um tema que deve ser resolvido para não afetar o Brasil e, principalmente, os Estados que fazem fronteira com o território boliviano, como é o caso de Mato Grosso. Se isso continuar, vai fomentar os roubos na região das fronteiras", disse.
O município de Cáceres (225 Km a Oeste de Cuiabá) é considerado porta de entrada para a droga que sai da Bolívia e abastece Estados como São Paulo e Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, produtos contrabandeados partem para o Estado vizinho, por meio deste trecho do território mato-grossense.
Para o secretário de Estado e Segurança Pública, Diógenes Curado, a decisão do Governo boliviano é preocupante para o Estado.
"O fato de o Governo boliviano legalizar a entrada dos veículos que são objetos de crimes é muito preocupante. Essa atitude acaba sendo uma receptação internacional. O cidadão que tiver o veículo roubado nestas regiões próximas à Bolívia perde a esperança de recuperá-lo com essa nova lei", disse.
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