Oposicionistas sírios criam Conselho Nacional contra regime
Os ativistas da oposição fundaram um Conselho Nacional para organizar sua batalha contra o regime do ditador Bashar Assad na Síria, informou neste domingo um porta-voz do recém-criado órgão, Jamil Saib.
"O Conselho nacional, para dirigir a revolução síria, é composto por todas as comunidades, e representantes de forças políticas nacionais no interior e no exterior da Síria", anunciou Saib.
Saib listou ainda alguns membros do conselho como Abdallah Trad el Mulahim, um dos organizadores de uma reunião de opositores sírios no começo de junho em Antalya (Turquia), assim como o xeque Jaled al Jalaf.
O anúncio foi feito em entrevista à imprensa, na aldeia de Jarbet al Joz, no extremo norte da Síria, na fronteira com a Turquia.
Os rebeldes sírios seguem assim os passos do movimento oposicionista na Líbia, que criou o Conselho Nacional de Transição (CNT) para atuar como representante político da causa, além de organizar uma ampla campanha diplomática por apoio da comunidade internacional.
O CNT líbio já foi referendado como único representante do povo líbio por Alemanha, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Qatar, Gâmbia, Jordânia, Canadá, Áustria e Malta. Já os Estados Unidos convidaram os rebeldes a abrir um escritório em Washington.
O regime de Assad comanda uma campanha de forte repressão às manifestações da oposição na Síria, com medo de perder o controle de parte do país --como ocorreu na Líbia, onde o leste foi controlado pelos rebeldes.
Neste domingo, ativistas de direitos humanos sírios disseram que as tropas fecharam o cerco em uma área da oposição perto da fronteira com a Turquia, incendiando casas e uma padaria que fornecia pão para milhares de refugiados da ofensiva.
Os militares organizaram ainda postos de controle e prenderam dezenas de pessoas nos últimos dois dias, em uma tentativa de amedrontar aqueles que fogem para a Turquia.
Moradores de Badama, vilarejo invadido no sábado (18) pelas tropas, disseram que os tanques invadem agora as cidades dos arredores, na província de Idlib (norte).
Saib afirmou que o padeiro de Badama levou um tiro no estômago e sua loja foi incendiada por dar alimento aos refugiados. Ele foi levado à Turquia para receber tratamento médico.
Badama é um dos principais centros de fornecimento de alimentos e suprimentos para os mais de 10 mil refugiados sírios que fugiram da violência para acampamentos de refugiados no lado turco.
Desde meados de março, a Síria vem sendo palco de revoltas populares que pedem a introdução de reformas políticas e a queda do regime, que por sua vez acusa grupos armados e uma grande conspiração internacional de estarem por trás dos protestos.
Comentários