Reunião entre Fatah e Hamas é adiada por graves divergências
A reunião prevista para a próxima terça-feira (21) no Cairo, Egito, entre os líderes das facções palestinas Fatah e Hamas foi adiada devido a divergências irreconciliáveis entre as partes.
O membro do Comitê Central do Fatah Azam al-Ahmad garantiu que "os dois movimentos acertaram buscar uma nova data para o encontro".
A reunião deveria contar com a participação do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e líder do movimento nacionalista Fatah, Mahmoud Abbas, e do chefe político do grupo Hamas, Khaled Meshaal.
Os dois deveriam ratificar a recente reconciliação palestina com o anúncio de um novo governo de transição, mas as diferenças entre os dois movimentos continuam sendo muito grandes, em particular no que se refere a quem deve ostentar o cargo de primeiro-ministro do novo Executivo.
Fontes palestinas indicaram que o Egito tentou atenuar as hostilidades entre Hamas e Fatah, mas não conseguiu resolver a situação.
Por sua vez, o representante do Hamas Salah al-Bardawil afirmou que realizará uma consulta com a direção do movimento islâmico antes de se pronunciar.
Abbas havia designado o primeiro-ministro da ANP na Cisjordânia, Salam Fayyad, como candidato a liderar o novo governo interino, opção que o Hamas descartou por considerar que ele é responsável pela divisão palestina.
Fayyad é uma figura que conta com o apoio da comunidade internacional e, segundo analistas, foi nomeado por Abbas para liderar o próximo Executivo de unidade palestino para evitar o isolamento ou possíveis sanções de um governo com o Hamas.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas uma organização terrorista e exigem que reconheça o Estado judeu, os acordos assinados entre israelenses e palestinos, assim como que renuncie à luta armada.
O acordo de unidade firmado no mês passado entre Fatah e Hamas teve por objeto consolidar a reconciliação e acabar com a divisão que impera entre os dois movimentos rivais --o primeiro governa na Cisjordânia e segundo em Gaza-- desde que os islâmicos tomaram o controle deste último território há quatro anos.
Restaurar a união palestina é visto como crucial para reviver qualquer prospecto de um Estado palestino baseado em coexistência pacífica com Israel. As negociações de paz com Israel, atualmente congeladas diante do avanço dos assentamentos judaicos em solo palestino, são realizadas pelas pelo Fatah e ANP. O Hamas condena qualquer diálogo.
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