O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, ordenou uma investigação depois que os serviços do ministério qualificaram de "assassinato" o ataque, por parte do exército israelense, ao "Altalena", um navio com armas do Irgun, grupo paramilitar judeu, afundado em junho de 1948 perto de Tel Aviv. Este episódio é um dos mais controversos da criação do Estado de Israel. Opõe os dois blocos que têm dominado a vida política israelense: o Partido Trabalhista, hegemônico até 1977, e a direita nacionalista, herdeira do Irgun.
O ministério de Defesa disse na sexta-feira que os membros do Irgun mortos durante o bombardeio a "Altalena" foram "assassinados", num comunicado publicado para marcar o aniversário do drama. O naufrágio de "Altalena" foi ordenado pelo trabalhista David Ben Gurion, na época primeiro ministro e ministro da Defesa, e comandado por Yitzhak Rabin, um ex-general da Palmah, a unidade de elite da Haganah, o exército judeu clandestino e ligado à esquerda e ao Mandato Britânico da Palestina.
O Irgun, um grupo armado judeu clandestino, era liderado na época por Menahem Begin, fundador histórico da direita israelense e, depois, primeiro ministro, em 1977. O "Altalena" foi afundado em frente a Tel Aviv em junho de 1948, um mês depois da criação do Estado de Israel, num momento em que Ben Gurion buscava impor sua autoridade e tentava evitar que o novo Estado tivesse uma força paralela ao exército.
O incidente ocorreu durante a guerra entre Israel e os países árabes vizinhos, e poderia ter provocado uma guerra civil. O ataque custou a vida de 16 membros do Irgun e de três soldados israelenses, além de provocar um racha na classe política do país.
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