Líderes tribais e religiosos pedem saída de ditador do Iêmen
Mais de 100 influentes clérigos religiosos e líderes tribais pediram a saída do ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, e eleições para escolher um novo líder, acrescentando seu peso aos protestos iniciados há quatro meses.
Saleh, há 33 anos no poder, está na vizinha Arábia Saudita para tratar queimaduras e outros ferimentos sofridos em um ataque no dia 3 de junho a seu palácio na capital, Sanaa. Os aliados do ditador insistem que ele vai voltar ao país dentro de poucos dias e retomar as suas funções.
A petição dos clérigos, obtida neste sábado, exige eleições no prazo de 60 dias e diz que Saleh está incapacitado para retornar ao seu posto.
"O presidente Saleh está impossibilitado de realizar suas responsabilidades. Ele deve renunciar", diz o comunicado.
Entre os peticionários está Sheik Abdul-Majid al-Zindani, líder espiritual do partido fundamentalista islâmico, Islah, de oposição, e o mais influente clérigo do Iêmen. Ele apoiou os manifestantes anti-Saleh já no início dos protestos.
Entre os que abandonaram o líder iemenita estão altos comandantes militares, poderosos chefes tribais e membros do partido de Saleh. Muitos aderiram à oposição indignados com a morte de manifestantes.
A crise no Iêmen começou quando manifestantes inspirados pelos levantes no Egito e na Tunísia foram às ruas no início de fevereiro.
O movimento --majoritariamente pacífico-- deu lugar a conflitos de rua violentos quando milícias tribais pegaram em armas no final de maio.
Militantes islâmicos também aproveitaram a desordem para assumir o controle de cidades no sul do Iêmen, acrescentando temores de que o ramo da Al-Qaeda no país ganhe ainda mais espaço para operar livremente.
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