Ajuda à Grécia tem de incluir setor privado, diz Alemanha
Todas as partes que negociam um novo pacote de ajuda para a endividada Grécia concordaram que os credores privados têm de ser incluídos, mas os detalhes sobre como isso seria feito ainda estão sendo discutidos, disse o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble.
Em entrevista publicada neste sábado pelo diário de negócios "Boersen Zeitung", o ministro reiterou a posição da Alemanha de que o financiamento de um novo socorro à Grécia não deveria ficar inteiramente nas mãos dos governos.
"Fundamentalmente, todos os lados concordam que o setor privado deve fazer a sua parte em um novo pacote grego de ajuda --mas ainda estamos discutindo o "como"", disse ele.
"Nós precisamos de uma participação voluntária de credores privados que, primeiro, dê apoio substancial à Grécia; segundo, seja quantificável, e terceiro, seja confiável", acrescentou.
Os líderes da Alemanha e França há muito tempo divergem sobre como envolver em um novo pacote de resgate para a Grécia os portadores privados de títulos gregos.
Na sexta-feira os dois países disseram ter chegado a um acordo para uma solução branda, apoiada pela França e o Banco Central Europeu.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o caminho buscado --que tem por base um acordo feito por bancos em 2009 para manter suas exposições na Europa central no auge da crise financeira-- era um "bom alicerce" para um acordo grego.
Os mercados de títulos permanecem com receio de que a Grécia possa tornar-se insolvente.
A maioria dos economistas demonstra ceticismo de que o país possa algum dia pagar o total de sua dívida, que chegou a 340 bilhões de euros (US$ 480 bilhões), ou seja, 150% da produção anual da economia da Grécia.
O jornal "Boersen Zeitung" não disse quando realizou a entrevista e não estava disponível de imediato para comentar por telefone.
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