Brasil estreia colegiado de estrategistas no Grand Slam de judô
Sede do Grand Slam do Rio de judô, o Brasil tem o privilégio de inscrever até quatro atletas por categoria --normalmente são dois--, mas o maior incremento do país acontece fora dos tatames.
A competição marca a estreia da equipe de estrategismo do Brasil. Até então, todo o trabalho de estatística e captura de imagens da seleção era feito por apenas uma pessoa, Leonardo Mataruna.
Agora, ele coordena três profissionais que farão vídeos das lutas e outros quatro que coletarão dados estatísticos dos adversários.
"Nosso objetivo é passar o resultado o mais rápido e mastigado possível para que os técnicos e atletas possam criar a tática para a luta", afirma Mataruna, que começou a atuar na área em 2007, visando o Pan do Rio.
De acordo com Mataruna, os profissionais em ação hoje e amanhã no Maracanãzinho são judocas faixas pretas, formados em educação física e com pós-graduação.
Na verdade, o trabalho da equipe começou durante a semana, com os treinos das equipes para a competição.
Como a filmagem é proibida nesses treinos, são usadas fotografias para esclarecer alguns detalhes técnicos, como a pegada no quimono.
"No alto nível, a busca na melhora dos resultados precisa ser feita também nos detalhes", explica Mataruna.
O coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson, concorda e afirma que o trabalho atrai cada vez mais o interesse dos atletas.
"A gente visualiza o percentual de atletas que anda mais para determinado lado, que segura com determinada pegada", declara Wilson.
Além do estudo dos adversários e dos próprios atletas da seleção brasileira, a equipe pretende formar um banco de dados com informações também dos árbitros.
"Já sabemos que diferentes escolas colocam maior ênfase em determinados aspectos", afirma Mataruna. "A asiática pune menos."
Como o calendário do judô é extenso --de 50 a 60 competições por temporada--, a tendência é a cooperação entre países. O Japão disponibilizaria dados dos eventos na Ásia, a França, na Europa, e o Brasil, nas Américas.
A posse dessas informações, porém, não é determinante para o sucesso. "É preciso investir na gestão do conhecimento", diz Mataruna.
NA TV
Grand Slam do Rio
16h
Sportv 2
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