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Cidades/Geral
Sexta - 17 de Junho de 2011 às 21:13

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Para conhecer melhor o cenário de desigualdade regional que predomina nos municípios mato-grossenses, um grupo de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Barra do Garças, participou na manhã desta sexta-feira (17) de um debate sobre o assunto na Associação Mato-grossense dos Municípios. A comitiva, coordenada pela professora da UFMT, Antonia Ieda Delfino, foi composta por 18 alunos do 5º semestre do curso de Geografia. 
        
O grupo foi recebido pelo superintendente da AMM, Maurício Munhoz, que fez uma palestra sobre as desigualdades regionais em Mato Grosso. Segundo Munhoz, os municípios apresentam disparidades econômicas muito significativas. “Algumas cidades concentram a riqueza do agronegócio e outras estão estagnadas economicamente, com limitadas oferta de empregos e sem muita perspectiva de crescimento”, assinalou. 
        
Esse diagnóstico pode ser confirmado pelas diferenças que se verificam no PIB dos municípios. Para efeito de comparação, enquanto Campos de Júlio, localizado na região Oeste, concentra um PIB/per capita de 60 mil dólares, em Acorizal, na Baixada Cuiabana, esse indicador equivale a 900 dólares. 
        
Em Mato Grosso, 76 municípios, que correspondem a 54% das cidades, apresentam o Produto Interno Bruto abaixo da média nacional. O PIB per capita desses municípios equivale a R$ 8 mil, enquanto a média nacional é de R$ 15 mil. Cerca de 2,4 milhões de habitantes moram em municípios carentes, o que reforça o argumento da disparidade econômica e social verificada no estado.
        
Maurício lembrou ainda que a reedição dos índices do ICMS visando uma distribuição mais justa e igualitária para os municípios pode ser um instrumento para diminuir as desigualdades. A AMM abriu o debate sobre o assunto e estabeleceu a redistribuição do imposto como umas das prioridades da atual gestão. 
        
A falta de autonomia financeira das prefeituras agrava ainda mais a situação, pois prejudica investimentos em setores básicos para atender a comunidade. As prefeituras ficam com a menor fatia na partilha do bolo tributário nacional. Enquanto a União concentra 59% dos recursos e Estados, 27%, os municípios ficam somente com 14%. 
        
Maurício salientou que, além das ações realizadas em bloco pelos prefeitos que constituem consórcios, as iniciativas individuais também são muito válidas para fomentar o desenvolvimento econômico local. Ele citou o caso de Nortelândia, onde o prefeito Neurilan Fraga desenvolve um amplo programa de geração de emprego e renda através de ações pontuais, como a criação de uma cooperativa, onde trabalham muitas famílias que antes dependiam do garimpo para sobreviver. 
        
A equipe da AMM também apresentou aos universitários a atuação da instituição, que se mobiliza pela defesa das bandeiras municipalistas, mas também tem uma forte atuação na área técnica, com vários serviços prestados às prefeituras. 
        
Todos os estudantes receberam um exemplar do livro A Lei Kandir e o Enfraquecimento dos Municípios, lançado recentemente pela AMM em Cuiabá e Brasília.






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