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Internacional
Sexta - 17 de Junho de 2011 às 13:45

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O economista-chefe e Diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Olivier Blanchard, disse nesta sexta-feira em São Paulo que o Fundo sabia que as medidas de austeridade gregas seriam "dolorosas" para o país europeu, negando que os riscos políticos do acordo de empréstimo tenham sido subestimados.

"Todos nós sabíamos que este seria um ajuste doloroso", afirmou o economista-chefe do Fundo durante o lançamento da revisão do relatório World Economic Outlook, do FMI, na sede da BM&F Bovespa, na capital paulista.

"Nós sabíamos que o governo grego estava pronto para fazer o necessário", disse Blanchard.

O economista-chefe do FMI disse, no entanto, que é fundamental para a manutenção do acordo que as autoridades da Grécia implementem com eficiência as medidas de austeridade.

Troca de ministro

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, reformulou seu governo, indicando um novo ministro da Economia - Evangelos Venizelos, ex-titular da pasta da Defesa.

Ele substituirá George Papaconstantinou, de 49 anos, que vinha sofrendo fortes críticas por não ter conseguido impulsionar a economia grega, após 18 meses no cargo.

O governo grego está tentando promover cortes equivalentes a 28 bilhões de euros (cerca de R$ 63,5 bilhões) nos próximos quatro anos.

A redução de despesas é um pré-requisito para que o país possa receber o pacote de auxílio de 12 bilhões de euros por parte da União Europeia e do FMI.

"Nós esperamos que o novo governo (grego) continue a apoiar as reformas", disse o diretor do Departamento de Mercados Monetários e de Capitais do FMI, José Viñals, em São Paulo.

"Algumas condições têm de ser cumpridas (para manter o resgate grego). As autoridades gregas precisam apoiar o programa que foi acordado (com o FMI)."

Para Viñals, a crise global chegou a uma "fase política", que exige medidas mais duras e urgentes por parte dos governos para garantir a estabilidade financeira mundial.

Impasse

A maneira de financiar o segundo pacote de resgate financeiro proposto para a Grécia, que deve cobrir os próximos três anos, é o maior ponto de discórdia entre os países do bloco do euro.

Alguns governos, incluindo a Alemanha, querem que bancos privados que possuam bônus da dívida grega contribuam com o pacote.

Outros, como a França, temem que, se isso acontecer, a Grécia possa ser declarada inadimplente, contagiando o sistema financeiro internacional. O Banco Central Europeu compartilha da posição francesa.

Sobre o impasse, Olivier Blanchard, disse que "várias opções estão na mesa".

Por sua vez, Viñals disse que todos os atores envolvidos sabem que "os riscos são muito altos", e afirmou estar confiante de que um acordo será fechado.

Analistas avaliam que a Grécia precisa urgentemente de um novo pacote de ajuda para não ser obrigada a declarar uma moratória no pagamento de sua dívida, o que poderia contagiar a economia dos demais países da União Europa e até mesmo provocar uma nova crise de crédito global.






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