A dívida das Administrações Públicas da Espanha subiu para 63,6% no primeiro trimestre de 2011 do Produto Interno Bruto (PIB), número que ultrapassa o limite de 60% estabelecido pela União Europeia (UE), segundo os dados atualizados nesta sexta-feira pelo Banco da Espanha.
No primeiro trimestre de 2010, a dívida espanhola estava em 55% do PIB. Com os números atuais, a dívida pública espanhola supera em 3,6 décimos o limite estabelecido pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia.
A dívida aumentou em todos os âmbitos da administração pública em relação ao período de janeiro a março de 2010. O aumento foi maior nas comunidades autônomas, seguidas pela administração central e pelas prefeituras.
O endividamento da administração central foi de 521 bilhões de euros (48,7% do PIB), o das comunidades autônomas ficou em 121,4 bilhões de euros (11,4% do PIB) e o das administrações municipais registrou 37,3 bilhões de euros (3,5% do PIB).
A Espanha está desde 2008 sob os efeitos de uma profunda crise econômica que se traduz em grande destruição de empregos, com quase 5 milhões de desempregados, mais de 20% da população economicamente ativa.
O Governo presidido pelo socialista José Luis Rodríguez Zapatero aprovou uma série de reformas e cortes de gastos públicos destinados a reduzir o déficit, com a meta de deixá-lo este ano em 6% do PIB, em 4,4% no ano que vem e 3% em 2012, teto exigido pela UE.
O endividamento público da Espanha ainda é relativamente baixo em relação aos vizinhos da zona do euro - a dívida média dos países do bloco era de 85,1% no fim de 2010 - e também fica bem atrás dos níveis alcançados por Grécia, Irlanda e Portugal, que precisaram de ajuda externa. A Espanha tinha o terceiro maior deficit público da zona do euro em 2010, depois de Grécia e Irlanda.
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