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Cidades/Geral
Quinta - 16 de Junho de 2011 às 23:48

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Em assembleia geral realizada hoje (16) à tarde, na Escola Estadual Presidente Médici, trabalhadores da educação decidiram manter por tempo indeterminado a greve iniciada há dez dias. Diante das inseguranças a respeito das receitas do Estado, o governo não apresentou nova proposta ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), como havia sido firmado na última reunião realizada da Casa de Leis, na terça-feira (14). Após a assembleia foi realizada uma passeata até a Praça Ipiranga, centro de Cuiabá.

Os trabalhadores da educação também rejeitaram a última proposta realizada pelo governo (implantação do piso salarial de R$ 1.312,00 até dezembro de 2011). Um ato público será realizado na próxima segunda-feira (20), às 14h, em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). De lá, o movimento segue para a Praça Ulisses Guimarães, onde será montado um acampamento. Na próxima quinta-feira (23), farão uma vigília em frente o Palácio Paiaguás, para cobrar atitudes do governador Silval Barbosa.

Segundo o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira, a mobilização deve ser incentivada, por isso o acampamento se justifica. Serão montados grupos de trabalho para agregar mais trabalhadores à causa. Também serão convocadas três pessoas de cada município para compor o acampamento e incentivar a participação dos trabalhadores do interior do Estado.  “A interlocução na Assembleia Legislativa é fraca, não consegue nem fazer a intermediação necessária para resolver o impasse. Eles não possuem responsabilidade nenhuma e nem vontade política de garantir educação de qualidade para a população”, afirmou o sindicalista.

Os trabalhadores da educação lutam pela implantação imediata do piso salarial de R$ 1.312,00, mas também pelo pagamento das horas atividades para professores contratados, pela posse imediata dos professores aprovados e pelo avanço na lista dos classificados nos concursos. O movimento é para garantir que os professores tenham condições de se dedicar integralmente aos seus alunos, sem precisar ter dois ou mais empregos. Além disso, é preciso investir na estrutura das escolas para que educação de qualidade seja levada à população.

A aplicação do piso salarial de R$ 1.312,00 reivindicado pelos trabalhadores da educação não está fora da realidade financeira de Mato Grosso. Se esse valor já fosse praticado, a folha de pagamento da pasta custaria pouco mais de R$ 760 milhões, o que equivale a 57,82% da arrecadação estadual da Educação. Portanto, não ultrapassa os 60% que devem ser destinados ao pagamento de salários dos profissionais da educação. A análise está baseada no estudo feito pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) e que não foi contestado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Em busca de mobilização - Os trabalhadores da educação estão decididos a trabalhar em prol da mobilização cada vez maior de seus companheiros. Atualmente, 76% das escolas estaduais estão totalmente paralisadas. Segundo o secretário de Comunicação do Sintep/MT, Julio Cesar Martins Viana, “quem não está focado na greve, se junta ao governo no descaso para com a educação”. A diretora da regional Médio Norte II, Miriam Ferreira Botelho, concorda com o secretário e afirma que “este é um momento decisivo e não podemos arredar os pés. Temos que estar mais fortes, acampar e utilizar todos os nossos artifícios para que o governo dê a importância necessária à educação”.
Para o professor da rede estadual, José Tiaraju, os grupos de trabalho são importantes para agregar mais trabalhadores, além da definição de um calendário de atividades. “Estou satisfeito com os encaminhamentos, precisamos aglutinar mais profissionais, não podemos esperar ser chamados pelo governo para resolver”, frisou o professor.
 





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