Advogado entra com pedido para libertar ex-jogador Edmundo
O advogado do ex-jogador Edmundo, Arthur Lavigne, apresentou ao Tribunal de Justiça do Rio, por volta do meio-dia desta quinta-feira, pedido de habeas corpus para tentar libertar seu cliente, preso em São Paulo desde a madrugada de hoje.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, o pedido ainda não foi distribuído aos desembargadores --portanto, não é possível saber quem será responsável por decidir se concede ou não a liberdade. Mas a distribuição vai ocorrer nas próximas horas e a decisão pode ser tomada ainda hoje.
O advogado Arthur Lavigne alega que a pena de Edmundo --condenado em 1999 a quatro anos e seis meses de prisão por responsabilidade em um acidente ocorrido em 1995 na Lagoa (zona sul do Rio) --já prescreveu.
O ex-jogador foi preso ontem em um flat no Jardim Europa, zona oeste. A transferência será feita de carro, mas não foi informado quantos veículos e homens participarão.
Condenado pela morte de três pessoas em um acidente de trânsito ocorrido em 1995 no Rio, Edmundo teve a prisão decretada no último dia 14. Considerado foragido, ele foi localizado após uma denúncia anônima.
Edmundo aguarda a transferência, sozinho em uma cela da SIG (Setor de Investigações Gerais), da 3ª Delegacia Seccional Oeste de São Paulo. O local tem 2,5 metros2 e não tem colchão. O ex-jogador recebeu duas visitas hoje e comeu apenas o que foi levado pelas duas pessoas que se dizem "conhecidas" dele.
PRISÃO
Os policiais chegaram ao flat por volta das 23h de ontem e confirmaram com funcionários a presença do ex-jogador no local. Edmundo, que estava sozinho no apartamento, tomou um banho e ligou para seu advogado antes de ser conduzido ao 14º Distrito Policial, em Pinheiros.
Segundo informações da Polícia Civil, o ex-jogador estava calmo e disse que aguardava orientações de seu advogado para se entregar.
Edmundo era considerado foragido. A Polícia Civil do Rio já havia realizado ontem buscas em ao menos quatro endereços à procura dele, sem sucesso.
Edmundo foi condenado em março de 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, por homicídio culposo e lesão corporal culposa, por conta de um acidente de carro ocorrido na Lagoa, zona sul do Rio, na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995.
ACIDENTE
Na tragédia, Edmundo dirigia uma Cherokee e havia acabado de sair da boate Sweet Love com as amigas Roberta, Débora, Markson Gil Pontes e Joana, que morreu no hospital. O carro de Edmundo bateu em um Uno, na Lagoa.
O Uno era dirigido por Carlos Frederico Brites Pontes, que morreu no local do acidente. Ele estava acompanhado da namorada Alessandra, que morreu no hospital, e de Natasha.
O laudo policial sobre o acidente concluiu que a alta velocidade em que o jogador conduzia seu carro foi determinante para a batida. Ele foi acusado (denúncia formal) de triplo homicídio culposo, em 1996.
Em sua defesa, no depoimento para o Ministério Público, Edmundo disse que foi fechado pelo motorista do Uno, mas não convenceu a Justiça.
No dia 5 de março de 1999, Edmundo foi condenado. Os advogados do jogador entraram com um recurso e conseguiram a liberdade provisória.
Em outubro, o Tribunal de Justiça confirmou a sentença e determinou a imediata detenção do jogador. Depois de ficar foragido por 24 horas, Edmundo se entregou e chegou a passar uma noite detido na Polinter (Polícia Interestadual). Foi liberado graças a uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Em dezembro de 2000, o STJ recebeu um recurso dos advogados do esportista pedindo a diminuição da pena. Solicitaram ainda a suspensão condicional da pena e, em caso de negativa, sua substituição por penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade.
Além disso, o jogador teve de fazer acordos com as famílias dos envolvidos no acidente, que entraram na Justiça com pedidos de indenização.
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