Perspectiva é favorável, apesar de desaceleração, diz BC
O Banco Central avalia que, embora esteja em curso uma desaceleração, em ritmo ainda incerto, da expansão da demanda doméstica, as perspectivas para a atividade econômica são favoráveis, conforme indicado por informações preliminares sobre o trimestre atual.
A informação faz parte da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) divulgada hoje (16) e que explica os motivos para a instituição ter aumentado a taxa básica de juros na semana passada de 12% para 12,25% ao ano.
Essa avaliação, segundo o BC, encontra suporte em sinais que, apesar de indicarem certo arrefecimento, apontam que a expansão da oferta de crédito tende a persistir tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas. Além disso, a confiança de consumidores e de empresários se encontrar em níveis historicamente elevados.
"O Comitê entende, adicionalmente, que o dinamismo da atividade doméstica continuará a ser favorecido pelo vigor do mercado de trabalho, que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em substancial crescimento dos salários", diz o BC na ata.
O BC reduziu a projeção de inflação para 2011, mas as expectativas para o próximo ano continuam no mesmo nível verificado no final de abril, apesar das medidas adotadas no período para segurar o crescimento da economia.
A projeção para a inflação de 2011 caiu em relação ao valor considerado na reunião do Copom de abril e se encontra acima do valor central de 4,5%. Para 2012, a projeção se manteve estável, também em todos os cenários e permanece do centro da meta. Em um cenário alternativo, que leva em conta a manutenção da taxa de câmbio em R$ 1,60 e a previsão de aumento de juros do mercado, a projeção de inflação se encontra acima da meta para 2011 e em torno desse valor para 2012.
O BC prevê dois momentos distintos para a trajetória de inflação. Neste trimestre e no seguinte, a inflação acumulada em 12 meses tende a permanecer em patamares superiores àquele observado no primeiro trimestre. Entretanto, a partir do quarto trimestre, a tendência é declinante.
Em relação ao cenário externo, o BC diz que as evidências apontam moderação no processo de recuperação em que se encontram as economias do G3 e ainda revelam influência ambígua sobre o comportamento da inflação doméstica.
No mercado interno, "ações macroprudencias e, principalmente, ações convencionais de política monetária recentemente implementadas ainda terão seus efeitos incorporados à dinâmica dos preços".
"Embora incertezas crescentes que cercam o cenário global e, em escala bem menor, o cenário doméstico, não permitam identificar com clareza o grau de perenidade de pressões inflacionárias recentes, o Comitê avalia que o cenário prospectivo para a inflação mostra sinais mais favoráveis", diz o BC na ata.
A demanda doméstica se apresenta robusta, segundo o BC, devido ao crescimento da renda e à expansão do crédito. O BC diz também que, apesar das iniciativas recentes que apontam contenção das despesas do setor público, "impulsos fiscais e creditícios foram aplicados na economia nos últimos trimestres, e ainda deverão contribuir para a expansão da atividade e, consequentemente, para que o nível de ociosidade dos fatores se mantenha em patamares baixos".
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