Número 1 da ONU vem ao Brasil buscando a reeleição
Nem as cinzas do vulcão Puyehue conseguiram parar o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na última segunda-feira (13). Com o aeroporto de Buenos Aires fechado, ele aterrissou em Córdoba e fez de ônibus o trajeto de 700 km até a capital da Argentina, na segunda parada de seu giro pela América do Sul.
Mas não só a devoção ao trabalho explica tanto empenho: Ban está em campanha para reeleição. Nesta quinta-feira (16), se as cinzas permitirem, ele desembarca em Brasília, atrás de votos para continuar à frente das Nações Unidas.
No caminho entre Córdoba e Buenos Aires, Ban fez uma parada em um posto de gasolina em Rosário. Entrou, tomou café, comeu um alfajor. E saiu sem ser reconhecido.
Também foi assim, quietinho, que em 2006 o desconhecido Ban Ki-moon foi indicado para o posto. Logo que começou sua campanha, com a organização em meio a sua pior crise, após a invasão ilegal dos Estados Unidos ao Iraque (em 2003), quase ninguém esperava que o ex-chanceler da Coreia do Sul fosse se tornar o secretário-geral. Ele virou.
Quatro anos depois, Ban continua a passar despercebido, já recebeu críticas até mesmo de funcionários da organização por sua suposta falta de traquejo. O sul-coreano, que se tornou respeitado em seu país por negociar com o regime comunista da Coreia do Norte, também não conseguiu reformar a instituição.
Ainda assim, parece ser o franco favorito para continuar no cargo. Até o momento, nenhum nome de peso se apresentou para a disputa, que vai se dar no próximo mês de outubro.
Ban se encontrará até com Collor
Depois da Colômbia, da Argentina e do Uruguai, Ban chega a Brasília para uma agenda cheia de compromissos.
Ele se encontra com a presidente Dilma Rousseff, com quem assinará um memorando de boas intenções, antes de se reunir com o chanceler (ministro das Relações Exteriores) Antonio Patriota. As informações são da própria ONU.
Ainda terá encontro com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, com a ministra de Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e com a do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A lista de conversa ainda inclui o presidente do Senado, José Sarney, o presidente da Câmara, Marco Maia, e até o senador e Fernando Collor de Melo, titular da Comissão de Relações Exteriores da casa.
Como funciona a eleição
O secretário-geral da ONU, que cuida da administração das Nações Unidas, pode se reeleger apenas uma vez, para um mandato de cinco anos.
Os candidatos são indicados pelo Conselho de Segurança, o órgão mais poderoso da instituição. Depois, os nomes são passados à Assembleia Geral (na qual todos os países têm voto), que por sua vez irá escolher o futuro (ou manter o presente) número um das Nações Unidas.

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