Estádio Centenario revive seus dias de glória na Libertadores
Há mais de duas décadas o Centenario não era palco de uma noite como a de ontem, de tanta festa para um clube uruguaio. Em 1995, o Uruguai conquistou ali a Copa América pela última vez.
Apesar do empate, o primeiro confronto entre Santos e Peñarol pelo título da Libertadores trouxe, segundo um sentimento expressado pelos próprios uruguaios, a glória de volta ao mítico estádio, palco da primeira final da Copa do Mundo, em 1930, conquistada pelo Uruguai.
Desde que o Nacional --principal rival do Peñarol-- ganhou a Taça Libertadores pela última vez, em 1988, o Centenario não via uma final de Libertadores.
O jogo atraiu grandes nomes do futebol uruguaio, como Diego Forlán, principal jogador da seleção celeste.
Homenageado nesta semana pelo Peñarol, ele foi ovacionado pela torcida. Seu pai, ex-jogador que conquistou uma Libertadores com o clube, também estava presente. Até mesmo o zagueiro uruguaio Diego Lugano, ex-São Paulo e que fez carreira no Nacional, desfilou pelas tribunas do estádio.
A torcida do Peñarol fez do Centenario um caldeirão. A equipe não disputava uma decisão de torneio internacional desde 1987.
Responsáveis por esgotar os quase 60 mil ingressos em minutos, os "carboneros" explodiram em festa antes mesmo da partida. Quando as equipes entraram no gramado, o estádio estava tomado pela fumaça dos fogos, por balões e por uma cantoria que durou toda a partida.
A frustração de não ter feito um gol nos primeiros 90 minutos da decisão da Libertadores não tirou a esperança da torcida uruguaia: todos os cinco títulos do Peñarol na competição foram conquistados longe de Montevidéu.
Já os 2.450 santistas que viajaram ao Uruguai comemoraram bastante o resultado. A festa já era grande simplesmente por terem conseguido chegar a Montevidéu.
A maioria dos torcedores desembarcou na capital no final da tarde, atrasada pelos cancelamentos de voos por causa das cinzas do vulcão Puyehue. O ponto de concentração foi o hotel onde a equipe estava hospedada, no centro de Montevidéu.
Minutos antes do final da partida, a polícia precisou intervir entre as torcidas de Santos e Peñarol, que começaram a trocar bombas. O clima esquentou após um gol anulado da equipe uruguaia.
Foi o estopim para a torcida santista explodir, aos gritos de tricampeão.
Comentários