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Polícia Brasil
Quinta - 16 de Junho de 2011 às 07:18
Por: Marcelo Bastos

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Policiais militares têm feito ocupação permanente na favela
Policiais militares têm feito ocupação permanente na favela

O controle do território e os lucros com a venda de drogas costumam estar por trás de invasões de traficantes a favelas dominadas por grupos rivais no Rio de Janeiro. Na Vila Kennedy (zona oeste), que é palco de uma guerra há mais de um mês, os objetivos são os mesmos, mas a causa da disputa é inusitada: a briga por ciúme entre duas mulheres.

Segundo policiais ouvidos pelo R7, a atual mulher do chefe do tráfico na comunidade, conhecido como FB, teria agredido e feito um corte no rosto da ex-mulher do criminoso, que é sobrinha de um ex-traficante conhecido como Joãozinho.

Joãozinho procurou o chefe do tráfico na favela e exigiu uma punição para a agressora. Diante da negativa de FB em punir a mulher, Joãozinho ficou irritado e se aliou a traficantes rivais que controlam a Vila Aliança, em Bangu, e o Complexo de Senador Camará, também na zona oeste.

O ex-traficante, que exercia influência em parte da comunidade, teria tentado convencer os moradores de que a presença do grupo invasor seria melhor para a Vila Kennedy. A estratégia, no entanto, não deu certo porque, há anos, a família de FB controla a favela e exerce grande influência sobre a comunidade. Segundo um investigador ouvido pelo R7, em comunidades como essas, é difícil que uma quadrilha rival se estabeleça.

- Sem uma certa aceitação da população, é difícil um grupo que não é de lá se estabelecer. A população passa a colaborar com a polícia e a denunciar [os bandidos]. Geralmente, em casos como esse, os invasores acabam desistindo e deixam a favela. Essa situação de famílias no controle do tráfico também acontece na Mangueira e na Cidade de Deus e, por isso, nunca nenhum grupo rival tentou uma invasão.

Presente de aniversário

De acordo com policiais que investigam a quadrilha que controla a Vila Kennedy, apesar de a invasão ter sido motivada por briga passional, a favela é uma espécie de "fixação" para o traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático ou Batgol. Em 2009, quando deixou a cadeia para trabalhar e acabou fugindo, o líder da facção criminosa invasora teria pedido a seus aliados a tomada da Vila Kennedy como presente de aniversário.

 

Além de consolidar domínio na região, a tomada da Vila Kennedy pelos invasores representaria a impossibilidade de o grupo atual se fortalecer, já que vem perdendo muitas áreas para as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

Segundo moradores, a Vila Kennedy estaria dividida, com parte da favela sob domínio do grupo invasor e outra parte controlada pelos atuais traficantes. Já de acordo com a PM, que ocupa desde a última sexta-feira (10), sem prazo para terminar. A corporação informou também que os invasores deixaram a região por causa da ocupação.





Fonte: Do R7

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