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Carros & Motos
Segunda - 13 de Junho de 2011 às 08:55

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Entre em um quarto, apague a luz e deixe seus olhos se adaptarem à escuridão. Depois, acenda a luz olhando para a lâmpada; você vai ficar alguns instantes sem enxergar. É o que acontece quando um veículo com lâmpada de xenônio inadequada vem no sentido oposto ao seu.

Foi por isso que o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) proibiu, por meio da Resolução 384, a instalação do kit xenônio em veículos no país. Apenas os carros que trazem o equipamento de fábrica estão liberados.

A colocação de películas nas lentes do farol e o escurecimento da sua superfície -a chamada máscara negra- também foram proibidos.

A instalação irregular é infração grave, passível de multa de R$ 127,69 e perda de cinco pontos na carteira.

Carlos Tanaka, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Divisão de Iluminação da Valeo, conta que a diferença entre as lâmpadas de xenônio e as halógenas é a intensidade de luz (medida em lúmens) que cada uma emite.

Uma lâmpada H4, utilizada em carros como o VW Gol, tem fluxo de 750 lúmens, enquanto a lâmpada de xenônio chega a 3.000 lúmens.

"A luz mal direcionada ofusca a visão de quem vem no sentido contrário", comenta Tanaka.
risco de acidentes

Segundo o especialista, o ponto de partida do projeto de um farol está na fonte luminosa, em torno da qual todo o sistema de iluminação ótico é desenvolvido. Uma lâmpada inadequada causa distorção da luz e o consequente ofuscamento.

O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, membro da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), disse que a luz intensa do xenônio provoca fotofobia (aversão à luz). "O ofuscamento pode causar cegueira momentânea, aumentando o risco de acidentes", ressalta.

O tesoureiro Alexander Lima dos Santos, 30, foi a uma oficina especializada em personalização de autos para deixar seu C4 VTR 2007 "com um ar mais de esportivo". Para isso, os faróis foram desmontados, receberam uma pintura preta na superfície cromada e um kit conhecido como olhos de anjo.

Ele realizou o serviço na quinta-feira, dois dias depois da publicação da nova norma do Contran.

Os retoques nos faróis custaram ao tesoureiro R$ 500. "Não sei se essas alterações são proibidas, mas se eu for multado, pago e não retiro os acessórios", comenta. De acordo com a Resolução 384, é proibido escurecer a parte cromada do farol.

Quanto aos anéis de luz azulada (imitação dos originais de alguns modelos BMW), o problema está na iluminação. "Os dois anéis luminosos formam uma barreira que vai interferir nos fachos", explica Carlos Tanaka.

O Contran havia normatizado o uso de faróis de xenônio em 2009, porém a Resolução 292 apresentava pontos polêmicos, como permitir a adaptação desde que esta seguisse o padrão de fábrica.

Para os especialistas, isso é tecnicamente inviável, por exigir instalação de lavador das lentes e sistema de regulagem automática do facho.

"O Contran finalmente se conscientizou que tinha tomado uma medida não adequada, reviu sua decisão anterior e resolveu proibir a adaptação", diz Cirillo Moscatelli, gerente nacional de vendas da Osram.






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