Executiva do PMDB tem bênçãos de Temer para assumir articulação pró Silval ao Senado

Dentro de 30 ou no máximo 60 dias, quando houver clareza sobre o cronograma de inauguração das obras da Copa do Pantanal Fifa 2014 até março, a Executiva Nacional do PMDB vai pressionar o Diretório Regional a assumir a articulação da pré-candidatura do governador Silval Barbosa (PMDB) ao Senado da República. E o projeto vai chegar com as bênçãos do vice-presidente Michel Temer (PMDB), principal artífice da permanência dos peemedebistas, com o PT, na liderança do arco de alianças à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. 

“Somente quem conhece os bastidores do Congresso e da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, sabe da importância do partido contar com uma cadeira a mais no Senado. Se estão em dúvida, perguntem aos demais senadores de Mato Grosso ou mesmo para os de outros estados”, argumenta o presidente regional do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra.

O entendimento do comando peemedebista é de que, a partir da inauguração das obras da Copa do Pantanal e do MT Integrado (asfalto nos municípios), o possível desgaste atual será reduzido em 80%. Silval passou horas reunido e visitando obras com o secretário Maurício Guimarães, titular da Secopa, para definir um calendário básico, o mais confiável possível, com datas de inaugurações. Em pelo menos duas festas de entrega, o vice-presidente Michel Temer deve estar presente, ao lado de Bezerra e Silval.

“Certamente o maior incentivador é, sim, o [vice] presidente Temer, porque ninguém como ele sabe da importância de robustecer as bancadas, tanto na Câmara quanto no Senado”, cita Bezerra, que já foi senador, governador, duas vezes prefeito de Rondonópolis e está no quarto mandato de deputado federal. Temer foi oito vezes deputado federal por São Paulo pelo PMDB e presidente da Câmara Federal, ficando conhecido por causa das batalhas viscerais travadas com o grupo do ex-governador Orestes Quércia (in memorian) pelo controle da agremiação, em território paulista.

E, mesmo sendo adversário interno, partiu de Temer, então candidato a vice de Dilma, o maior incentivo para a candidatura de Orestes Quércia do Senado, em 2010. Favorito nas pesquisas, vencido pelo câncer, Quércia deixou a disputa semanas antes do primeiro domingo de outubro e faleceu antes do segundo turno da disputa presidencial.

“Toda a movimentação pró Quércia, em 2010, deveu-se justamente pelo fato de o PMDB compreender o que significa ter um senador a mais na Câmara Alta. É indispensável que o partido, em Mato Grosso, tenha essa leitura e passe-a, com inteligência, para ter Silval ao Senado”, pontua o dirigente Antônio Totó Parente, com livre trânsito na Executiva Nacional do PMDB.

Sival tem até 4 de abril para tomar a decisão sobre ficar até o fim ou sair para buscar uma vaga no Senado. Dos governadores que disputaram o Senado por Mato Grosso, nos últimos 40 anos, somente o senador Blairo Maggi (PR), de quem Silva ler a vice, se elegeu. 







Nas últimas entrevistas em que concedeu sobre o tema, Silval disse que só irá tomar a decisão em 2014. Em entrevistas exclusivas para a Editoria de Política do Olhar Direto, recentemente, Silval admitiu que “a maior tendência” é de que termine o governo em dezembro do próximo ano. Nos bastidores da política, crescem as especulações de que Barbosa irá ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE), após o resultado do pleito. 

A reportagem do Olhar Direto apurou, em outra vertente, Silval terá de acertar os ponteiros com o vice-governador Chico Daltro, presidente estadual do PSD. Há meses, Silval e Daltro praticamente teriam abolido de seus diálogos ou conversado muito pouco sobre o processo sucessório.

A assessoria do TCE informou que não existe nenhum conselheiro com previsão de completar 70 anos, em 2014. Todavia, com exceção do conselheiro Domingos Campos Neto, todos os demais reúnem condições de se aposentar ‘por tempo de serviço’.