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Economia
Sábado - 11 de Junho de 2011 às 16:39

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Depois de 37 dias parados, os trabalhadores da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, decidiram encerrar a paralisação ontem. A montadora aceitou conceder o “pacotão” reivindicado pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Os metalúrgicos voltam a trabalhar na segunda-feira.

A Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reivindicação que causou a paralisação, também está contemplada no pacote. Os trabalhadores vão receber R$ 11,5 mil, sendo que a primeira parcela, no valor de R$ 5,2 mil, será paga na próxima semana. E a segunda, no valor de R$ 6,3 mil, virá em janeiro. O valor é muito próximo ao reivindicado pelos metalúrgicos, que era de R$ 12 mil.

Concessionária fica sem estoque

A greve na fábrica da Volkswa­gen chegou ao fim ontem, mas seus reflexos ainda serão sentidos por clientes e concessionárias pelo menos nos próximos 40 dias, já que o saldo da longa paralisação são espaços vazios nos pátios de muitas lojas, em locais reservados para Fox, CrossFox e Golf. Se o consumidor quiser hoje adquirir um desses veículos, produzidos em São José dos Pinhais, provavelmente terá de esperar no mínimo um mês para estacioná-lo na garagem.

Desfecho deve antecipar outras negociações

A definição da data-base da Volkswagen em junho pode abrir um precedente para as outras montadoras, que normalmente discutem a questão em setembro, anteciparem a negociação e terem uma base de valor para a discussão. O acordo feito contempla a reposição integral da inflação, com base no INPC, mais aumento real de 2,5%.

O acordo ainda prevê que, caso o valor negociado com os trabalhadores das fábricas da Volkswagen em São Paulo seja maior, a diretoria da empresa no Paraná iguale o benefício. A primeira parcela do benefício em 2012 também está definida: vai corresponder a 52% do valor total da PLR de 2011, sendo de, no mínimo, R$ 5.980.

O diretor de Relações Trabalhistas da Volkswagen, Nilton Júnior, diz que o acordo fechado ontem garante um longo período sem conflito pela frente, como há tempos não se observava no Paraná. A data-base, normalmente discutida em setembro, já está definida. Isso quer dizer que só em setembro de 2012 haverá nova discussão. Para ele, esse período será importante para que empresa e trabalhadores reflitam e evitem, no futuro, conflitos tão extensos e desgastantes.

Já o secretário geral do SMC, Jamil Davila, avalia o resultado positivamente e acredita que a antecipação da negociação possa vir a ser adotada, como forma de garantir um debate sobre as reivindicações e evitar longas paralisações.

Paralisação

A greve, que começou no dia 6 de maio, foi a mais longa da história entre as montadoras do estado e a maior da montadora em todo o mundo. O estopim foi a falta de um acordo entre a empresa e o sindicato sobre o reajuste na PLR. Os trabalhadores queriam R$ 12 mil de participação nos lucros, com primeira parcela de R$ 6 mil. A primeira proposta da montadora foi de uma parcela inicial de R$ 4,6 mil – depois elevada para R$ 5,2 mil. A segunda parcela seria discutida posteriormente. Os metalúrgicos rejeitaram ambas as propostas.

O benefício é equivalente ao recebido pelos trabalhadores da Renault/Nissan, também instalada em São José dos Pinhais, que fecharam o benefício em R$ 12 mil. Já na Volvo, o valor mínimo da PLR é de R$ 15 mil. Durante as negociações, os funcionários da Renault não precisaram fazer paralisações. Os da Volvo cruzaram os braços durante três dias.

Colaborou Carlos Guimarães Filho.






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