Campanha salarial
O maquinista chegou a utilizar um adesivo de apoio ao movimento pelo reajuste salarial de sua categoria que fez dois dias de greve na semana passada. Porém, ao longo do trajeto em que percorreu nos trens da CPTM e do metrô, o adesivo desapareceu. “Tiraram de mim. O tumulto foi tão grande que na hora em que eu vi já estava sem”, afirmou. Quando questionado se ele apoia o reajuste, o ferroviário foi enfático: “Com certeza. Dizem que a ferrovia vai ter a qualidade do metrô. Nós queremos a equiparação”.
O secretário Jurandir Fernandes, que participou do evento em que foi entregue também dois trens modernizados ao Metrô, afirmou ainda que a Secretaria de Transportes irá oferecer durante audiência de conciliação que acontece nesta tarde, um reajuste de 3,27%, que é um índice inferior ao que os ferroviários reivindicam. A categoria fez dois dias de greve na semana passada para pedir 5% de aumento real (além da inflação). A Justiça do trabalho recomendou que voltassem ao trabalho, mesmo mantendo o estado de greve, e voltassem a renegociar. Nesta tarde, depois da audiência de conciliação que acontece no TRT, os ferroviários farão assembleia na estação Júlio Prestes.
Vítimas do acidente
Na manhã desta sexta-feira, sete pessoas feridas no acidente continuavam internadas em hospitais do ABC. A colisão ocorreu na manhã de quinta após o coletivo da EMTU cair de um viaduto sobre os trilhos da Linha 10-Turquesa. O acidente aconteceu entre as estações Utinga e São Caetano.
Ao todo, 16 pessoas se machucaram, incluindo a motorista do ônibus, Lilian de Souza Freitas, de 30 anos. Ela sofreu traumatismo no tórax e encontrava-se internada em estado de saúde estável, no fim desta manhã, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mario Covas, em Santo André, também no ABC. Nove dos feridos tiveram alta.
A Polícia Civil instaurou na tarde dea quinta o inquérito que vai investigar as prováveis causas do acidente. Segundo o delegado Luís Fabiano Gagliato, plantonista do 2º Distrito Policial de Santo André, o inquérito é de lesão corporal culposa (quando não há a intenção), por enquanto sem o agente causador definido. As investigações ficarão a cargo do delegado titular Oswaldo Fuentes Júnior.
“Ele (o maquinista) vai ser ouvido. Ele pode ser considerado o herói desta história. Se não fosse a pronta ação dele, haveria vítimas mais graves tanto no ônibus quanto no trem”, afirmou Gagliato.
Todas as vítimas do acidente vão ser chamadas para prestar depoimento no inquérito. Além delas, uma testemunha do acidente, um motorista que trafegava atrás do ônibus quando este despencou, também será ouvido.
A motorista do ônibus deverá prestar depoimento no hospital assim que estiver em condições para isso, segundo o delegado. “O que eu posso adiantar é que ela era uma motorista experiente, com dez anos de profissão, e que a documentação dela está legal”, disse.
Ônibus caiu de viaduto e foi atingido por trem da CPTM na manhã de quinta-feira (Foto: Caroline Hasselmann)
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