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Internacional
Sexta - 10 de Junho de 2011 às 09:14

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O chefe do Serviço Sanitário da Rússia, Gennady Onishchenko, anunciou nesta sexta-feira que seu país suspenderá o veto às importações de verduras procedentes da Europa em troca de garantias da UE (União Europeia) sobre cada país e produto.

"As posições se aproximaram significativamente. A Comissão Europeia propôs desenvolver este trabalho não em nível nacional, como é feito agora, mas em nível da Comissão, que dará garantias sobre cada país e cada tipo de produto", disse Onishchenko à imprensa.

A autoridade indicou que as primeiras provisões serão autorizadas assim que houver um acordo sobre que documentos garantirão a segurança dos produtos.

As declarações de Onishchenko, membro da delegação russa na cúpula Rússia-UE, representam uma suavização da postura de Moscou na "guerra das verduras".

Para levantar a proibição, a Rússia exigia até agora saber a causa exata do foco do surto infeccioso que deixou 30 mortos --29 na Alemanha e um na Suécia.

A UE solicitou a suspensão do veto russo por considerá-lo uma medida "desproporcional" à emergência sanitária causada por uma cepa agressiva da bactéria "E. coli".

Na Alemanha, autoridades sanitárias suspenderam o alerta contra o consumo de pepinos, alfaces e tomates crus pela infecção com uma cepa agressiva da bactéria "E. coli" que causou 29 mortes na Alemanha e uma na Suécia.

A decisão foi anunciada pelos porta-vozes do Instituto Robert Koch de virologia e do Instituto Federal de Avaliação de Riscos em entrevista coletiva conjunta em Berlim, na qual assinalaram que o foco da infecção tem "com quase absoluta segurança" sua origem em sementes germinadas.

Foi mantida a advertência contra o consumo dessas sementes germinadas em forma de brotos de soja ou de legumes, depois que as pesquisas apontam um produtor do estado da Baixa-Saxônia como a origem da infecção que causou 29 mortes na Alemanha e uma na Suécia.

Reinhard Burger, diretor do Instituto Robert Koch, disse que o número de doentes pela infecção de E. coli vem caindo e novamente fez uma chamada à população para que observe as mínimas normas de higiene no manejo de verduras e outros alimentos crus.

As suspeitas recaem sobre uma fazenda de cultivo biológico na localidade de Bienenbüttel, no distrito de Uelzen, na qual vários de seus funcionários contraíram a doença há várias semanas.

No entanto, as análises realizadas nessa empresa tiveram resultados negativos, embora não se descarte que o foco infeccioso tenha desaparecido após seu surto inicial, sem deixar rastro.

Em 25 de maio, os dois institutos tinham advertido oficialmente contra o consumo das citadas verduras para saladas com base nos interrogatórios a que foram submetidos os pacientes internados com a infecção de E. coli.

ESPANHA

Nesta quinta-feira, a Espanha conseguiu o apoio alemão para tentar reconquistar a boa reputação de suas hortaliças. Autoridades espanholas disseram que a Alemanha lamentou as suas primeiras e precipitadas declarações que acusavam os pepinos provenientes daquele país de propagarem a doença.

O governo alemão se comprometeu a esforçar-se para recuperar o prestígio dos produtos agrícolas espanhóis afetados pela crise sanitária na Europa", afirmou Diego Lopez Garrido, secretário de Estado espanhol para a UE, após reunir-se com seu homólogo alemão, Werner Hoyer.

Lopez Garrido disse que a Alemanha dará apoio a uma campanha de promoção dos produtos agrícolas espanhóis que está sendo organizada em Madri para "recuperar o prestígio, a qualidade e a credibilidade dos produtos".

Hoyer "lamentou profundamente" e "expressou insatisfação" pelos danos causados ao setor agrícola espanhol, que se viu "especialmente afetado pelas primeiras declarações que acusaram os pepinos pela origem das contaminações", garantiu o espanhol.

SURTO

O atual surto foi causado por uma variedade supertóxica de E. coli, que normalmente pode ser encontrada nas fezes de humanos e animais e pode se espalhar com maus hábitos de higiene desde a fazenda até o preparo do alimento.

Mais de 3.000 pessoas em 12 países já apresentaram sintomas de infecções intestinais provocadas pela bactéria. Quase todos os casos registrados fora da Alemanha são de pessoas que moram ou viajaram ao país. Ao menos 23 pessoas morreram, 22 na Alemanha e uma na Suécia. A agência de notícias France Presse fala em ao menos mais dois mortos, na Alemanha.

O EHEC tem um período de incubação médio de três a quatro dias e a maioria de pacientes se recupera em dez dias. Mas em uma pequena parte dos pacientes --principalmente crianças e idosos-- a infecção pode levar à Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH), causada por uma toxina específica desta variedade de E.coli que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal.

"Isso explica porque muitos pacientes que já superaram a fase diarreica apresentam depois graves sintomas neurológicos", disse Greinacher.






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