O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado em 1998, mas só a partir de 2009 passou a ser usado por algumas faculdades como processo de seleção. Cada instituição teve a possibilidade de escolher a forma como gostaria de utilizar o Enem. São 3 alternativas: como primeira e única fase para ingressar na instituição; como forma de complementar a nota do vestibular tradicional; ou para preencher vagas remanescentes. E ainda há instituições que adotam apenas vestibulares próprios. Por tudo isso, muitos estudantes realizam os dois modelos de prova, ambos muito diferentes entre si.
Nos vestibulares tradicionais, as perguntas são dividas por assuntos, como matemática, biologia, história. No Enem, cujas inscrições se encerram nesta sexta-feira, as questões são agrupadas em 4 áreas de conhecimento: ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens códigos e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias. Cada prova tem 45 questões. No segundo dia de prova, o aluno deve fazer uma redação. Por sua composição abrangente, as perguntas são interdisciplinares e contextualizadas na própria questão, diminuindo a utilidade da famosa "decoreba" de conteúdo e exigindo o raciocínio do aluno.
Habilidade e ética
Segundo Matheus Prado, presidente de honra do Instituto Henfil, que oferece curso preparatório voltado exclusivamente para o Enem, a prova não vai cobrar apenas a matéria do aluno. "Vão ser exigidos competência e habilidade da pessoa, o conteúdo é menos cobrado. Há muitas questões de resolver problemas e até mesmo testando o caráter ético do estudante na sociedade, como perguntas sobre o desmatamento", explica.
Um exemplo de questão interdisciplinar citado por Prado seria uma comparação entre diversos tipos de televisão e a pergunta sobre qual delas gasta menos energia. "Essa tem temas tanto da matemática como da física. É preciso saber um pouco das duas para responder", salienta.
Como estudar
Como o Enem não é divido por matérias e sim por áreas, é mais complicado o aluno estudar para o exame. Prado acredita que a melhor forma para se preparar é pegar as provas dos anos anteriores, fazê-las e depois corrigir. Segundo ele, as respostas corretas não precisam ser memorizadas, pois, provavelmente, o aluno utilizou sua lógica para responder. O exercício serve mais para identificar as áreas em que há dificuldade. "Se o aluno tem problema em alguma área, vai errar várias durante a prova. Daí é só focar no campo que menos acertou", sugere.
Outra diferença entre o vestibular e o Enem é o Sistema de Seleção Unificado (SiSu), pelo qual, após a divulgação dos resultados, o estudante pode se inscrever para as faculdades do país que adotaram a prova como forma única de seleção. Nesse sistema, está disponível o número de cadeiras de cada curso e também o peso das áreas de conhecimento para a graduação que o aluno deseja fazer. Assim é possível saber se a pontuação será suficiente para ele entrar na instituição. Sendo necessário, o estudante tem um prazo para fazer a troca de universidade.
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