Empresas estrangeiras miram no Brasil e buscam parceiros
De olho na América Latina, empresas estrangeiras escolhem o Brasil para iniciar suas estratégias de expansão dos negócios.
Uma delas é a espanhola Charanga, marca especializada em moda infantil, que vai inaugurar em setembro sua primeira loja deste lado do Atlântico.
Ao contrário de boa parte das redes estrangeiras que se instalam por aqui, a Charanga não busca um máster-franqueador: ela está montando uma filial no Brasil para negociar franquias.
"Acreditamos que, a partir daqui [do Brasil], vamos crescer em outros mercados. Afinal, estamos nos estabelecendo no ponto mais importante da América Latina", resume o diretor internacional de marketing da marca, Iria Villar.
Roupas coloridas e bom acabamento são, na visão de Villar, os grandes trunfos de sua empresa. "O investimento total é de R$ 300 mil para uma loja de 60 m²."
A marca de relógios belga Ice Watch também entra no mercado nacional apostando no colorido.
Desenvolvendo o conceito de "artigo fashion", em que acessórios devem combinar com roupa e ocasião, o empresário Bernardo Grein Cavalcanti, 26, assumiu a comercialização de franquias da marca e espera que, em um ano de operação no país, consiga contabilizar 30 quiosques.
Para poder ser o distribuidor dos relógios aqui, Cavalcanti conta que foram quatro meses de negociação com o franqueador. E o empresário garante que "não tem pressa" de vender as franquias.
"Queremos pessoas com perfil empreendedor, que entendam o espírito da marca. É melhor um crescimento planejado do que um boom que gere dor de cabeça depois", diz.
Segundo o empresário, o fato de o modelo de negócios ser baseado em quiosques e não em lojas também facilita e barateia o acesso à marca.
O investimento inicial é de R$ 115 mil, dos quais R$ 40 mil respondem pelo estoque de mercadorias.
A franquia tem quiosques em 102 países em cinco anos de existência e planeja expandir para outros países da América do Sul.
MAIOR INTERESSE
"O Brasil nunca esteve tão no foco de expansão das redes mundiais como agora, e o país é visto como porta para toda a América Latina", afirma Wagner Lopes D"Almeida, diretor da Global Franchise Consulting.
Segundo o consultor, as empresas estrangeiras estão de olho no poder de consumo da classe média brasileira e sentem-se confortáveis em formar parcerias com empreendedores de um país politica e economicamente estável.
"Tenho mais de 40 empresas querendo entrar aqui", confidencia.
Para as companhias estrangeiras, as franquias de potencial mais promissor são as de alimentos, seguidas pelas de serviços e as de varejo.
Acreditando nessa perspectiva, Victor Giansante, 26, sócio-proprietário da Salad Creations, trouxe a marca dos EUA para o país há três anos.
"Julgamos que a rede é uma tendência e não um modismo e, por isso, nos tornamos distribuidores das franquias não só no Brasil como também em alguns países vizinhos", diz.
Para Filomena Garcia, diretora da Franchise Store, empresa de comercialização de franquias, o maior interesse dos parceiros brasileiros é por modelos de negócios inovadores executados lá fora e sem correspondência por aqui.
"Para as empresas multinacionais, crescer no Brasil passou a ser estratégico. Só neste ano, mais de dez companhias nos procuraram para entrar no nosso mercado", diz.
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