AIEA envia Síria ao Conselho de Segurança por atividade nuclear
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou nesta quinta-feira uma resolução que prevê o envio da Síria -- que é suspeita de desenvolver atividades nucleares ilegais-- ao Conselho de Segurança da ONU, informaram fontes diplomáticas.
Durante uma reunião fechada, 17 dos 35 membros do Conselho de Diretores da agência aprovaram a resolução apresentada pelos Estados Unidos, e apenas seis votaram contra, disseram os diplomatas.
China e Rússia são dois dos países que rejeitaram a resolução.
Onze países se abstiveram e um estava ausente durante a votação, de acordo com as mesmas fontes.
Os americanos preparam uma resolução contra a Síria, julgando que o país "falhou nas obrigações" relativas aos acordos de garantias da AIEA.
Em eum relatório recente, a agência afirmou --pela primeira vez desde o começo da investigação há três anos-- que a área de Dair Alzour (Al Kibar) na Síria, destruída pela aviação israelense em setembro de 2007, era "muito provavelmente" um reator nuclear, o que Damasco sempre negou.
O número de sírios refugiados na Turquia chega próximo de 2.500, segundo o ministro de Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.
O ministro, que participa em Abu Dhabi da reunião do grupo de contato sobre a Líbia, calcula que o país já recebeu 2 mil refugiados sírios que tentam escapar da onda de revoltas no país.
Dada a situação na Síria, o governo turco decidiu criar novos campos de refugiados por causa da previsão de novas chegadas.
O campo Meia Lua Vermelha, em Yayladagi, fronteira entre a Síria e a Turquia, tem capacidade para 3.500 pessoas. Os refugiados que chegaram nesta quarta e nesta quinta-feira foram levados para lá. Ambulâncias também foram acionadas para o caso de chegarem feridos.
FRONTEIRA
Depois de receber cerca de 150 refugiados em apenas 24 horas entre terça e quarta-feira, o governo da Turquia garantiu que não fechará sua fronteira aos sírios que fogem da repressão em seu país.
"Neste momento, não há dúvidas de que a fronteira ficará aberta para os refugiados da Síria", afirmou o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, que pediu ainda ao ditador sírio, Bashar al Assad, que cumpra com as reformas esperadas pela população.
"Nossa inquietude só aumenta", disse Erdogan à imprensa, ao referir-se à situação no país vizinho. "Espero que o regime sírio dê passos urgentes a favor das reformas que tanto pede a população civil."
As declarações de Erdogan vieram após a chegada de um novo grupo com 122 refugiados da Síria, a maioria mulheres e crianças, a uma região do sul da Turquia. A Turquia e a Síria dividem uma fronteira de mais de 800 km.
O ministro turco de Relações Exteriores expressou, no entanto, preocupação com o fato do país ser invadido por um grande fluxo de refugiados sírios --o que "não seria desejável".
Kemal Dagistanli, prefeito de Yayladagi, disse que a cidade já tem 250 sírios em um acampamento para refugiados, "e seguem chegando grupos". "Nosso maior temor é que vá chegando mais gente se não houver uma reconciliação na Síria", disse.
Os sírios que conseguiram cruzar a fronteira contam que temem sofrer represálias do regime de Assad, que está reprimindo com brutalidade as revoltas populares que já têm o saldo de mais de mil mortos.
A maioria dos refugiados procede de Jisr Al Shugur, que desde o sábado é palco de operações do Exército sírio. Na segunda-feira, as autoridades do país afirmaram que 120 policiais foram mortos na cidade por grupos armados.
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