Juiz interrogará réus ainda este mês
O juiz Paulo César Alves Sodré, da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal em Mato Grosso, marcou para o próximo dia 30 o interrogatório dos cinco acusados de tentar criar uma nova versão sobre o paradeiro do juiz Leopoldino Marques do Amaral, encontrado morto no Paraguai em 1999.
Entre os acusados estão o delegado da Polícia Civil Márcio Pieroni, preso desde o início de maio, e o empresário Josino Guimarães, também preso.
A denúncia do Ministério Público Federal contra o delegado, o empresário e ainda os acusados Gardel Tadeu Ferreira de Lima (policial civil), Clovis Luiz Guimarães (irmão de Josino) e Abadia Paes Proença (preso por outro caso, um latrocínio) foi recebida pela Justiça no dia 9 de maio.
As testemunhas arroladas no processo serão ouvidas antes ainda do que os réus. Ficaram agendados os depoimentos dos arrolados pela acusação para 27 de junho, a partir das 9 horas. Já os de defesa acontecem no dia seguinte, também desde as 9h.
Pieroni, Josino e os demais são acusados de criar uma farsa para dizer que o magistrado, executado e que teve parte do corpo carbonizada em Concepción, Paraguai, estaria vivo e morando na Bolívia. A trama, conforme o MPF, teria sido “desenhada” através de testemunhos obtidos de forma oficiosa, assim como escutas telefônicas manipuladas, entre outras práticas.
A intenção, conforme o MPF, era livrar o empresário Josino Guimarães do júri popular que irá enfrentar em breve pelo caso. Ele é acusado de ser o mandante da execução do juiz. A ex-escrevente Beatriz Árias foi condenada pelo crime como executora. Outro acusado era seu tio, Marcos Peralta, que morreu doente na cadeia, ainda no Paraguai, antes de ser julgado pelo fato.
Antes de morrer, o juiz ganhava notoriedade por denunciar a venda de sentenças no Poder Judiciário de Mato Grosso, esquema do qual Josino seria o principal lobista.
RECURSOS – Tanto Márcio Pieroni quanto Josino Guimarães tentam, nas instâncias superiores da Justiça Federal, o livramento da cadeia. Na terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liberdade feito pela defesa do empresário, que completa hoje um mês de prisão na cadeia pública de Rondonópolis (212 Km de Cuiabá).
Desde que teve a prisão decretada pela Justiça, Pieroni consta como servidor afastado da Polícia Civil. O mesmo será feito com o investigador Gardel Lima, de acordo com decisão da Justiça Federal, que considerou que em todos os atos da investigação forjada Gardel auxiliou Pieroni.
Comentários