Sindicatos criticam decisão do BC de elevar juros

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e a Força Sindical divulgaram nota nesta quarta-feira criticando a decisão do governo de elevar a taxa básica de juros (Selic) de 12% para 12,25% ao ano, após reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

Esse é o quarto aumento consecutivo dos juros, que estavam em 10,75% ao ano no início do governo Dilma.

Para Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, o aumento equivale a trilhar "o caminho inverso do crescimento que o Brasil tanto lutou para conquistar".

"A inflação não está fora de controle, os segmentos produtivos querem investir, qualificar mão de obra, abrindo espaço para geração de novos postos de trabalho, mas o Copom insiste em pintar de negro o quadro da economia brasileira, freando o consumo, a produção, a geração de emprego e renda, limitando o acesso a melhorias das condições de vida e oportunidades, sobretudo dos menos favorecidos", afirmou o sindicato em nota oficial divulgada na noite da quarta-feira.

Para os metarlúgicos, juros altos interessam ao capital especulativo e vão contra os interesses nacionais, entre eles, o combate à pobreza, prioridade do governo Dilma Rousseff.

FORÇA SINDICAL

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), classificou a decisão de "um grave equívoco".

Segundo nota divulgada pela entidade, o aumento afetará negativamente a geração de emprego e a renda dos trabalhadores.

"Esta trajetória constante de aumento da taxa nos preocupa, e leva ao seguinte questionamento: como o governo quer combater a pobreza se ele se curva ao capital especulativo, prejudicando o setor produtivo, gerador de emprego e renda?", criticou o deputado.

O presidente da Força Sindical afirmou ainda que aumentar a taxa Selic é desnecessário porque o cenário econômico dá "sinais evidentes de controle inflacionário". A consequência, para o deputado, "recai unicamente no setor produtivo", enquanto o governo "mais uma vez, atende aos interesses do capital especulativo".

Silva afirmou ainda que a decisão é "mais uma péssima notícia para quem defende o desenvolvimento nacional".