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Nacional
Quarta - 08 de Junho de 2011 às 16:40

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Wilson Dias/ABr
A nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante discurso de despedida no plenário do Senado
A nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante discurso de despedida no plenário do Senado

Em discurso de despedida no plenário do Senado, a nova ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) fez nesta quarta-feira um afago aos aliados, especialmente ao PMDB, e à oposição. Pouco antes de assumir um dos cargos de coordenação política do governo, Gleisi rejeitou o rótulo de "trator" do Executivo no Senado ao afirmar que espera manter a "convivência respeitosa" com os parlamentares na Casa.

"Me perguntaram o que teria a dizer sobre a menção, por alguns oposicionistas, de que sou um trator. Sempre me dispus a ouvir e construir consensos. O desfecho da manifestação democrática é a decisão da maioria", afirmou.

A senadora citou nominalmente o PMDB e os senadores Humberto Costa (PT-PE), José Sarney (PMDB-AP), Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Delcídio Amaral (PT-MS) para agradecer a convivência na Casa. Maior partido no Senado, o PMDB é considerado aliado essencial para o governo conseguir aprovar projetos de seu interesse na Casa.

A senadora petista, agora ministra, também falou da oposição ao afirmar que "viver exposta a pontos de vista contraditórios é condição da vida parlamentar e democrática". "Por isso quero manifestar minha deferência aos integrantes da oposição. Prevaleceu sempre a convivência democrática."

Ao falar do novo cargo, Gleisi disse que vai cumprir a "nova missão" levando em conta a experiência adquirida em pouco mais de quatro meses no Senado. Em nenhum momento do seu discurso a senadora citou o ex-ministro Antonio Palocci, a quem sucederá na Casa Civil, nem a crise que o afastou do cargo.

"Quando assumi o Senado, tive a responsabilidade de ajudar a presidente Dilma a governar o país. Sempre fui muito incisiva na defesa do seu governo. Acredito no projeto que ela presidente coordena no país. As pessoas são o objetivo maior da nossa atuação."

Gleisi agradeceu a confiança de Dilma, mas disse que para "quem muito é dado, muito será cobrado". "Peço ao Senado, ao Congresso, o apoio e companheirismo para desenvolver essa nova tarefa. A Deus, sabedoria para exercê-la", afirmou.

APOIO

Gleisi recebeu apoio de senadores governistas e da oposição ao final do seu rápido pronunciamento. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) elogiou a escolha da senadora por Dilma, mas cobrou da petista maior diálogo com a oposição em sua nova função.

"Nesses primeiros meses do ano, a avassaladora maioria conquistada nas urnas pelo governo não permitiu que criássemos aqui um ambiente mais fértil para debate sobre os principais assuntos nacionais. Tenho certeza que Vossa Excelência levará a compreensão de que, na democracia, tão importante quanto a maioria é o papel da oposição."

Antes de subir à tribuna, Gleisi conversou rapidamente com Aécio --a quem disse que vai "precisar de ajuda" no Congresso. Ela tirou fotos com colegas e cumprimentou senadores momentos antes de discursar.

O líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), fez elogios à nova ministra, mas também cobrou diálogo do Palácio do Planalto com a oposição. "Não é só nas crises que o governo deve ter interlocução com setores da oposição. Mas também na normalidade. Quando a procurarmos, o faremos de maneira republicana. Da minha parte, a admiro pela sua competência. Hoje eu disse que Vossa Excelência é esquentadinha. Eu também sou. Não acho que isso seja defeito, mas qualidade."

Aliado do governo, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) disse que a senadora ficará marcada pela sua "clarividência, capacidade de trabalho e discernimento" no trabalho exercido no Senado. "O Senado, com a sua saída, perde em qualidade. Tenho certeza, no entanto, que o governo da presidente Dilma ganhará muito com a sua presença na Casa Civil."

Gleisi será empossada na tarde de hoje na Casa Civil, em cerimônia no Palácio do Planalto. Em seu lugar no Senado, assume o suplente Sérgio Souza (PMDB), que é advogado.






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