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Quarta - 08 de Junho de 2011 às 11:38
Por: RAMON MONTEAGUDO

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O presidente da Fiemt, Jandir Milan, que acompanha as negociações para o fim do embargo russo
O presidente da Fiemt, Jandir Milan, que acompanha as negociações para o fim do embargo russo

O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Jandir Milan, afirmou hoje que não existem problemas de ordem sanitária que justifiquem o embargo da Rússia em relação à importação da carne produzida no Estado. A decisão passa a valer a partir de hoje e atinge também os Estados do Paraná e Rio Grande do Sul.

Segundo ele, o posicionamento está ligado a uma questão comercial. "De acordo com as análises técnicas, não existe nenhum tipo de problema sanitário. Tampouco há um histórico de problemas nesse sentido. Eu acredito que essa seja simplesmente uma questão financeira, uma pressão que a Rússia está fazendo pra tentar negociar a redução dos preços. A carne teve um aumento de 25% no último ano e, provavelmente, eles estão querendo fazer uma redução dos valores", afirmou.

Milan ressaltou a gravidade do problema para Mato Grosso e as conseqüências que o embargo pode gerar. "Não concordamos com o embargo e estamos preocupados em resolvê-lo o mais rápido possível. Atualmente, Mato Grosso exporta para a Rússia 22% da carne de gado e 33% da carne suína. Nos primeiros quatro meses deste ano, Mato Grosso foi responsável por cerca de 92% da carne suína exportada para Rússia. Por isso, trata-se de uma situação muito complicada que deve ser combatida rapidamente", afirmou.

Ele prevê a redução da produção no setor e até demissões, caso a situação do embargo continue por mais um mês. "É um problema muito sério, por que Mato Grosso já teve, nos anos passado e retrasado, vários frigoríficos fechados, com conseqüente demissão em massa", afirmou.

O presidente da Fiemt afirmou que está em contato com as autoridades do Ministério da Agricultura e espera uma negociação rápida sobre o assunto. "Estamos conversando com o ministério e cobrando uma visita urgente à Rússia para resolver o problema", disse Milan.

Ele reiterou que a Fiemt ainda está elaborando um estudo sobre o impacto do embargo. "Não temos um valor específico sobre os prejuízos financeiros, mas é bastante significativo para o Estado, sobretudo quando se reduz em 22% a sua exportação. Hoje a carne é o segundo maior produto da nossa pauta de exportação. Nós exportamos, no ano passado, cerca de 1,2 bilhões de dólares somente de carne e, essa redução, é um grave problema para o setor", disse.






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