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Economia
Quarta - 08 de Junho de 2011 às 02:29

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Especialistas afirmam que o pedido de demissão de Antonio Palocci da chefia da Casa Civil deve ter pouco impacto no mercado financeiro.

Palocci entregou nesta terça-feira à presidente Dilma Rousseff carta pedindo afastamento do cargo, após semanas de pressão e acusações desde que a Folha publicou em maio que seu patrimônio cresceu 20 vezes em quatro anos. A senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) assumirá a chefia da Casa Civil.

Na opinião do gestor de renda fixa e derivativos da Brasif Gestão, Carlos de la Rocque, os mercados podem até esboçar alguma reação negativa no início da quarta-feira, mas isso deve durar pouco.

"Pode até ter um impacto logo no início do dia, mas nada de anormal, se (o DI) subir é para cair depois. A saída do Palocci não foi nenhuma surpresa, já estava meio que no radar no mercado", afirmou.

Já o estrategista para a América Latina do BofA Merrill Lynch, David Beker, acredita que o fato de Palocci ter um perfil mais em sintonia com investidores pode favorecer alguma influência sobre os mercados na quarta-feira. "Os participantes do mercado têm digerido as notícias nas últimas semanas, o que pode limitar o impacto sobre o mercado. Porém, ainda esperamos que a curva de juros incline [para cima] e alguma depreciação marginal do real com as notícias."

Os mercados acionário, de câmbio e de DI repercutiram de modo discreto nas últimas semanas a crise envolvendo o ex-chefe da Casa Civil. Na terça-feira, o Ibovespa teve leve alta, enquanto o dólar e as projeções de juros recuaram.

"Você tem dois lados da história. A queda do Palocci é ruim de certa forma porque ele tinha um viés mais próximo do mercado, era um ministro mais alinhado com a visão dos investidores", disse analista econômico José Goes, da WinTrade. "Por outro lado, viramos uma página, encerramos um assunto."

O diretor da Moody"s para a América Latina, Alfredo Coutino, acredita que o governo conseguirá superar a saída de Palocci e que Dilma poderá até fortalecer sua liderança.

"Acho que a presidente Dilma vai facilmente superar a saída dele (Palocci) e que suprirá sua falta ou com um novo auxiliar ou fortalecendo sua própria liderança", afirmou. "Ninguém é indispensável."

Roberto Padovani, estrategista-chefe do banco Westlb, afirma que, no atual estágio de evolução, "o mercado financeiro aprendeu que existem fundamentos para política econômica" e, por isso, a mudança do perfil à frente da Casa Civil "não é algo que deva impactar muito os ativos".





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