Após testes, Alemanha mantém alertas; UE propõe compensações
Mesmo após o resultado negativo para Escherichia coli (E. coli) nos primeiros testes realizados em brotos de vegetais nesta segunda-feira, o governo alemão decidiu manter os alertas para brotos, pepinos, alfaces e tomates. Já a União Europeia (UE), anunciou que os agricultores que tiveram prejuízos com o surto devem ser compensados.
A ministra de Agricultura e Defesa do Consumidor alemã, Ilse Aigner, declarou que continua vigente a recomendação de não consumir os tipos específicos de vegetais, meio ao surto de bactéria que já matou 21 pessoas na Alemanha, uma na Suécia, e deixou mais de 2.200 contaminados em 12 países.
Pouco antes, a secretaria de Defesa do Consumidor do Estado da Baixa Saxônia tinha informado da ausência da bactéria nas primeiras 23 amostras de brotos de vegetais analisadas, depois do anúncio no domingo que o foco da infecção poderia encontrar-se em sementes germinadas.
No entanto, Aigner qualificou de "correta" a recomendação das autoridades regionais de não consumir brotos de vegetais "enquanto a suspeita não for totalmente descartada".
A secretária ressaltou que não está comprovado que a empresa assinalada e as sementes germinadas sejam "a única fonte" de infecção, por isso a decisão de manter a advertência.
"O governo federal e os Estados trabalham 24 horas por dia para detectar o foco e frear a propagação" do surto infeccioso, declarou, acrescentando que "a luta contra a E. coli é a máxima prioridade" das autoridades.
Quanto à reunião extraordinária na terça-feira entre os responsáveis de Agricultura da União Europeia, Aigner disse: "necessitamos uma solução em nível europeu porque estamos perante um problema em nível europeu".
TESTES NEGATIVOS
Os primeiros testes realizados em amostras de brotos de feijão e sementes germinadas de uma fazenda no norte da Alemanha deram negativo para a presença da bactéria.
O local foi fechado e toda sua produção foi recolhida, incluindo ervas frescas, flores e batatas. Até o momento, 23 das 40 amostras colhidas foram testadas e deram negativo para a presença da bactéria --ampliando os temores de que o país ainda não desvendou a origem do surto. Os outros legumes ainda estão sendo testados e os resultados devem ser divulgados entre hoje e amanhã.
COMPENSAÇÕES PARA AGRICULTORES
A Comissão Europeia (CE) anunciou nesta segunda-feira a intenção de propor compensações financeiras para os agricultores europeus que tiveram prejuízos com o surto de bactéria.
Na Espanha e na Alemanha, muitos descartaram colheitas inteiras. Além disso, os alertas fizeram com que o consumo fosse drasticamente reduzido, aumentando as perdas milionárias para produtores em todo o continente.
A Rússia ainda mantém o veto à compra de vegetais de toda a Europa e outros mercados importantes, como os EUA, passaram a analisar de perto todas as importações desses produtos.
"Amanhã [terça-feira] haverá uma reunião extraordinária de ministros da Agricultura" em Luxemburgo, "na qual a Comissão Europeia proporá medidas concretas de compensação" para o setor, disse Pia Ahrenkilde, porta-voz da CE.
Vários países pedem ajuda, entre eles a Espanha, vítima de uma crise de confiança originada especialmente por causa de seus pepinos, declarados suspeitos pelas autoridades alemãs por terem originado a expansão da bactéria.
França, Holanda, Bélgica e a própria Alemanha também pedem ajuda.
"A ideia é chegar amanhã com algo que nos permita debater e que cobrirá não apenas os produtores que são membros de organizações profissionais, mas também os que não fazem parte delas", disse o porta-voz da CE para Assuntos Agrícolas, Roger Waite.
Outra opção é que a União Europeia autorize os diferentes governos europeus a conceder ajudas públicas nacionais aos produtores afetados, à margem do orçamento da UE, mas limitadas a 7.500 euros por produtor, e durante três anos.
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