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Internacional
Segunda - 06 de Junho de 2011 às 21:49

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Mesmo depois da entrevista do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, à Rede Globo na última sexta-feira, as cobranças de explicações sobre o aumento de patrimônio dele continuaram nesta segunda-feira no plenário do Senado. As manifestações vieram da oposição e também de integrantes da base aliada do governo. A senadora Ana Amélia (PP-RS) avaliou que, nas entrevistas, o ministro "não foi suficientemente esclarecedor das dúvidas que continuam pairando" e, por isso, assinou o requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias contra Palocci.

O tucano Aloysio Nunes (SP) anunciou que faltam "apenas oito assinaturas" para o pedido de CPI no Senado e cobrou que Palocci submeta-se ao "maior órgão de fiscalização", o Congresso. "Quando o ministro disse que está à disposição dos órgãos de controle, nós temos a oferecer a ele a oportunidade de explicar todas as dúvidas perante o maior órgão de controle da República, que é o Congresso Nacional. Se não quiserem a CPI, permitam que tenha eficácia a convocação pela Comissão de Agricultura da Câmara", disse o senador do PSDB.

"A situação se deteriorou a um ponto que dificilmente teria volta. O ministro fez um movimento para isolar o seu caso do governo, mas eu creio que, infelizmente, o caso já atingiu o governo, porque quando terminar esse episódio, o governo estará menor do que antes de o episódio eclodir", afirmou Aloysio Nunes.

A convocação na Comissão de Agricultura citada pelo senador tucano foi aprovada pelos deputados na semana passada, mas suspensa pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que prometeu divulgar sua decisão final nesta terça. A senadora Ana Amélia disse que estava esperando a manifestação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre as explicações dadas por Palocci a respeito do crescimento de seu patrimônio. A Procuradoria-Geral da República deve decidir se há ou não indícios para que seja instaurado inquérito.

Questionada se havia sido pressionada a não assinar o requerimento, a senadora disse que "em conversas ao pé do ouvido" houve tentativas de fazê-la não assinar. "Tentaram dizendo "não há pressa"", afirmou Ana Amélia. A ideia da oposição era criar uma CPI mista, também com a participação de deputados. Para isso, contudo, serão necessárias 171 assinaturas na Câmara dos Deputados e o número ainda está longe de ser alcançado.

Entenda o caso
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada no dia 15 de maio informou que Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em um período de quatro anos. Na Câmara, o PSDB levantou suspeitas sobre a liberação rápida da restituição do Imposto de Renda para uma empresa que teria, em contrapartida, financiado a campanha da presidente Dilma Rousseff. O ministro Palocci teria prestado consultoria para a empresa.

Na noite de sexta-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, Palocci afirmou que sua empresa de consultoria, a Projeto, não atuou com contratos públicos. O ministro disse que trabalhou em fusão de empresas, mas que nunca atuou junto ao Banco Central, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou ao Ministério da Fazenda, para resolver problemas das empresas.





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