O líder nacionalista Ollanta Humala, que venceu a corrida presidencial do Peru, aplicará uma política fiscal contracíclica e respeitará a independência do Banco Central, disse na segunda-feira um dos principais assessores econômicos do presidente eleito. Kurt Burneo advertiu também os que classificou como "especuladores" do mercado financeiro peruano, que perderão dinheiro porque a economia local é sólida.
"Estamos nos reunindo para ver as diretrizes da política econômica e social, com a reiteração da autonomia do Banco Central, metas implícitas de inflação como se fez até agora e uma política fiscal contracíclica," disse Burneo.
O economista adiantou ainda uma "necessária redução da dívida pública/PIB com responsabilidade fiscal, em um marco de promoção agressiva do investimento privado e respeitando os contratos e a estabilidade".
Investidores e operadores financeiros manifestaram temor de que Humala eleve o controle estatal sobre uma das economias que mais crescem no mundo e aumente, de forma desproporcional, o gasto fiscal.
Burneo, que foi vice-ministro da Fazenda durante o governo do presidente Alejandro Toledo, disse que "na realidade nada vai mudar, exceto a ênfase em programas sociais". "No entanto, o tema dos programas sociais será aplicado gradualmente, sempre tendo em vista a questão do equilíbrio fiscal como elemento fundamental," acrescentou.
Nervosimo nos mercados
Os ativos financeiros peruanos apresentavam forte queda na segunda-feira em meio aos temores pela vitória de Humala, apesar de o militar da reserva ter suavizado suas posições de esquerda mais radicais e enviado sinais de calma aos investidores.
Sobre isso, Burneo afirmou que esse movimento do mercado "era previsível, mas conforme as horas passarem, se a informação for analisada, será uma coisa episódica". "Sou da opinião de que aqueles que agora estão especulando na bolsa vão perder seu dinheiro e isso vai acontecer simplesmente porque tudo está muito sólido, há uma boa perspectiva," afirmou ele.
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