EUA estão dispostos a trabalhar com Humala, diz Valenzuela
Os Estados Unidos estão dispostos a trabalhar com o esquerdista Ollanta Humala, apontado como vencedor nas eleições presidenciais do Peru, declarou nesta segunda-feira o responsável pela diplomacia americana para a América Latina, Arturo Valenzuela, durante a assembleia da OEA em El Salvador.
"Estamos muito dispostos a continuar trabalhando com ele (Humala), assim como trabalhamos com as autoridades do Peru", disse Valenzuela em coletiva de imprensa, no primeiro dia de debates da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), na capital salvadorenha.
"Cumprimento o povo peruano por uma eleição realizada de forma pacífica e exemplar neste domingo", disse ainda Valenzuela.
"A eleição foi muito disputada, mas demonstra a maturidade da democracia peruana, que conseguiu um pleito tão eficiente como esse", completou.
Humala já se proclamou novo presidente peruano, apesar de a candidata Fujimori ainda não ter reconhecido a derrota.
Com 89% dos votos apurados, ele aumentou sua vantagem para 2,68% sobre a direitista Keiko Fujimori, segundo o sexto resultado oficial divulgado nesta segunda-feira pelo Onpe (Escritório Nacional de Processos Eleitorais).
Segundo as cifras, Humala obteve 51,34% dos votos contra 48,66% para Fujimori. O resultado divulgado pelo Onpe na madrugada, quando havia 87% dos votos apurados, tinha apontado uma diferença de 2,5%.
VENCEDOR
Após a divulgação dos primeiros resultados oficiais, Humala fez um breve pronunciamento e depois se dirigiu à praça Dos de Mayo, no centro de Lima, onde promoveu um comício diante de milhares de pessoas que o esperavam há várias horas.
"A grande transformação que chega ao Palácio do Governo no dia de hoje é o produto do trabalho de milhões de peruanos, homens e mulheres, que lutaram para defender a democracia e seus valores e que hoje estão aqui representados", afirmou.
Perante seus seguidores, muitos deles de origem humilde e que festejavam com bandeiras do Peru e da coligação nacionalista Gana Perú, o presidente eleito renovou seu "compromisso com o povo peruano de crescimento econômico com inclusão social".
"Trabalharemos as relações internacionais buscando afirmar o Peru como um país que procura a unidade latino-americana. Buscaremos relações de irmandade com cada povo da região. Vamos continuar o bem que se veio fazendo, vamos corrigir o mal e vamos fazer a transformação", enfatizou.
Segundo ele, isso será possível "lutando", e não colaborando com a corrupção e com os corruptos. Ele pediu a seus compatriotas que trabalhem junto com ele porque "esta tarefa não será fácil".
Mas Humala também destacou que sabe que "governar não é assunto de uma só pessoa", por isso se comprometeu a convocar "os melhores quadros técnicos, independentes, intelectuais, para poder fazer um governo de concentração, de larga base, onde ninguém se sinta excluído e todos se sintam representados".
O triunfo de Humala foi parabenizado por chefes de Estado estrangeiros, como o chileno Sebastián Piñera, o boliviano Evo Morales, e o venezuelano Hugo Chávez, e personalidades locais, como o ex-presidente peruano Alejandro Toledo e o escritor Mario Vargas Llosa.
Comentários