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Internacional
Segunda - 06 de Junho de 2011 às 17:55

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A chefe climática das Nações Unidas instou negociadores reunidos nesta segunda-feira, na Alemanha, para que mantenham foco na restrição do aquecimento do planeta a 2°C. Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção-quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), pediu aos países reunidos para 12 dias de conversações em Bonn que mantenham o compromisso de restringir o aquecimento a este limite.

"Agora, mais do que nunca, é crítico que todos os esforços sejam mobilizados na direção de cumprir esse compromisso", afirmou, durante entrevista coletiva transmitida pela internet. As conversações de Bonn têm em vista estabelecer as bases para a próxima rodada de negociações de alto nível, prevista para dezembro, em Durban, África do Sul.

Alguns países ricos, liderados pelos Estados Unidos, defendem restringir o escopo da rodada de Durban, consolidando os progressos feitos em Cancún, no México, em dezembro passado. Estes incluem a criação de um "fundo verde" para os países em desenvolvimento, que poderia chegar a 100 bilhões de dólares por ano, um sistema para monitorar esquemas nacionais para reduzir emissões e programas para incentivar o uso de tecnologias limpas e ajudar países pobres a enfrentarem a mudança climática.

"Se dermos estes passos e começarmos a construir as novas instituições necessárias para um regime internacional pragmático, a COP 17 em Durban será um sucesso sólido", disse Jonathan Pershing, alto negociador americano em Bonn. Os países em desenvolvimento, liderados pela China e por outras grandes economias emergentes, adotaram estas metas, mas permanecem grandes desentendimentos sobre como devem tomar forma.

Outro grande ponto de desacordo diz respeito ao futuro do Protocolo de Quioto, único tratado que estabelece metas de emissões legalmente vinculantes. Estas exigências se aplicam apenas a economias avançadas, com exceção dos Estados Unidos, que se recusam a ratificar o tratado.

O grupo "G77 e a China" - um bloco de 131 países em desenvolvimento - reiterou na segunda-feira a demanda de que os compromissos assumidos em Quioto sejam renovados quando o período de compromisso atual terminar, ao fim de 2012.

Este seria "um dos resultados chave" de Durban, anunciou o grupo em um comunicado. "Sua continuidade exige uma forte decisão política de todas as partes", emendou. Rússia, Japão e Canadá, no entanto, afirmaram que não assinarão uma nova rodada de cortes a menos que gigantes como Brasil, Índia e China também aceitem restrições.

A União Europeia (UE) apoiou, nesta segunda-feira, uma segunda lista de compromissos, mas alertou que a posição do bloco não deve ser tida como certa. "Existe a impressão de que a UE facilmente avançará rumo a um segundo período de compromissos, mas esta é uma conclusão pré-concebida. Este não é o caso", afirmou Artur Runge-Metzger, negociador chefe do bloco.

A União Europeia vai renovar Quioto "apenas se também houver um acordo do outro lado para um acordo que abranja todas as maiores economias ao mesmo tempo", afirmou. "Não pode ficar só", reforçou. As nações europeias, afirmou, respondem apenas por 11% a 12% das emissões de gases de efeito estufa.

"Nós não consideraríamos Durban como um sucesso se dissermos... ""Nós não temos nada mais para os outros 88% ou 89%", acrescentou. Figueres disse haver boas notícias, apesar do pessimismo científico. "Alguns poucos países, inclusive as maiores economias, estão claramente construindo novas políticas para promover metas de baixo carbono", declarou a jornalistas, citando em particular a China e a Grã-Bretanha.

O capital privado também tem investido em tecnologias de baixo carbono, acrescentou, ressaltando que os cientistas climáticos da ONU concluíram recentemente um estudo segundo o qual até meados do século até 80% da energia do mundo precisará ser produzida por fontes renováveis





Fonte: EFE

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