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Segunda - 06 de Junho de 2011 às 08:50

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Os advogados franceses do ex-presidente marfinense Laurent Gbagbo pediram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que averigue os crimes contra a humanidade cometidos no país desde 2002, incluindo os atribuídos à "rebelião" que apoiou o atual governante, Alassane Ouattara.

Em carta enviada ao procurador-geral do TPI, Luis Moreno Ocampo, e publicada nesta segunda-feira, os advogados afirmam considerar imprescindível que as investigações "cubram o período 2002-2011", incluindo os "crimes contra a humanidade" cometidos pelo destacamento francês desdobrado na Costa do Marfim em novembro de 2004.

Os advogados, entre os quais figura o ex-ministro das Relações Exteriores francês Roland Dumas, afirmam na carta que o país foi vítima de uma tentativa de golpe de Estado na noite do 18 de setembro de 2002, que teve como consequência sua divisão em duas regiões.

A carta fala em 10 mil mortos e um milhão de deslocados e apresenta como prova um documentário dirigido por Estelle Higonnet que, segundo eles, "certifica a amplitude dos crimes contra a humanidade cometidos pela ""rebelião"" apoiada pelo presidente, Alassane Ouattara".

Por essa razão, os advogados pedem que a investigação comece "na origem da crise", que indicam como sendo 19 de setembro de 2002, e não 28 de novembro de 2010, a data do recrudescimento da crise após as eleições presidenciais do país.

Para a defesa, "proceder de outra forma significaria esquecer as vítimas dos crimes contra a humanidade e considerar que os massacres de Duékoué do final de março de 2011 cometidos pelo Exército do presidente Alassane Ouattara não têm nenhum antecedente".

Ocampo anunciou a abertura de uma investigação sobre os confrontos registrados após as eleições de novembro passado, quando Gbagbo se negou a admitir a derrota para Ouattara, considerado o vencedor pela comunidade internacional.

O conflito entre os partidários dos dois políticos provocou inúmeras vítimas e terminou com a detenção de Gbagbo em seu palácio presidencial em 11 de abril.

Ouattara prometeu que o ex-presidente seria julgado pelo TPI por crimes contra a humanidade.





Fonte: Terra

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