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Nacional
Segunda - 06 de Junho de 2011 às 03:55

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A Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro se reúne nesta segunda-feira (6) com representantes de outras entidades para traçar os rumos das negociações com o governo do Estado por melhores salários e condições de trabalho.

Segundo o presidente da associação, Nilo Guerreiro, será enviado ofício ao quartel central da corporação para iniciar as negociações. Há indicações, afirmou, de que o novo comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sergio Simões, está disposto a receber os representantes da categoria.

Enquanto isso, cerca de 300 bombeiros e familiares fazem vigília em frente ao prédio da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), em protesto contra a prisão, no sábado (4), de 439 grevistas que invadiram o quartel central da corporação na noite de sexta-feira (3).

A invasão provocou a exoneração do comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, substituído por Sergio Simões.

Por determinação do governador Sergio Cabral (PMDB), o Bope (Batalhão de Operações Especiais, da Polícia Militar) e a tropa de choque ocuparam o local e prenderam os manifestantes. Cabral chamou de "vândalos e irresponsáveis" os militares envolvidos no movimento.

Para Guerreiro, as reivindicações da categoria são justas. "Chegou o momento de o governo sentar à mesa." Ele criticou a invasão do quartel central, afirmando que isso prejudicou o diálogo com o governo. Mesmo assim, acredita que as negociações serão retomadas.

De acordo com o presidente da associação, os bombeiros que foram presos já estão recebendo assistência jurídica.

Os bombeiros dizem que recebem o pior salário do país e estão em campanha por um aumento de R$ 950 para R$ 2.000, além de melhorias em suas condições de trabalho.

INVASÃO

O quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio foi ocupado na sexta-feira (3) à noite por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares --mulheres e crianças-- que reivindicam melhores salários. Durante quase cinco horas --das 21h às 2h-- o comandante geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel.

Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram às 6h do sábado (4) o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação. O comandante do batalhão de choque, Valdir Soares, ficou ferido durante a ação. Uma criança de dois anos foi atendida no hospital Souza Aguiar por ter inalado gás, mas já foi liberada.

Os líderes da invasão ao quartel podem ser condenados a até 12 anos de reclusão, de acordo com código penal militar.

"VÂNDALOS"

Em entrevista coletiva no sábado, o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), qualificou os bombeiros que invadiram o quartel de "vândalos irresponsáveis" e a invasão de ação "inaceitável do ponto de vista do Estado de Direito democrático e do respeito à instituição centenária, admirada pelo povo do Rio de Janeiro".

Cabral refutou a alegação dos manifestantes de que recebiam o pior salário do país, dizendo que, em seu governo, a corporação está tendo pela primeira vez um plano de recuperação salarial.






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