A ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, que teve os direitos políticos cassados no ano passado por supostos vínculos com guerrilheiros, disse no sábado (04) que vai tirar dois de seus filhos da Colômbia por temor a ameaças que teria recebido em redes sociais na internet.
"Minha situação está muito difícil. Vou tirar minha filha do país novamente nos próximos dias e também vou tirar outro dos meus filhos", assinalou a ex-senadora, principal mediadora para a libertação de reféns da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Piedad afirmou que, no momento, há pelo menos 120 contas no Facebook e no Twitter que pedem sua morte. "Isso não é justo. Simplesmente pelo fato de que eu tenho toda a possibilidade de denunciar e trabalhar em favor dos direitos humanos", assinalou a política no fórum Encontro pela Liberdade de Presos Políticos, realizado em Bogotá. Ela destacou, no entanto, que continuará no país, trabalhando pelos direitos humanos.
A ex-senadora indicou que, por enquanto, não tem contatos com as Farc para possíveis libertações unilaterais, ao lembrar que esse assunto é tratado pelo governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
Não é a primeira vez que Piedad alega ter recebido ameaças nas redes sociais e, por isso, pediu às autoridades que investiguem o assunto. Graças às gestões da ex-senadora, mais de 15 reféns das Farc - políticos e militares - foram libertados entre 2008 e 2011, após a guerrilha ter decidido soltá-los de forma unilateral.
Em setembro do ano passado, a Procuradoria Geral da Colômbia cassou os direitos políticos de Piedad por 18 anos "por colaboração com as Farc".
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