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Nacional
Sábado - 04 de Junho de 2011 às 18:38

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Mesmo com o pedido de separação entregue à Justiça, o valor da pensão alimentícia ainda barra a separação de Dayanne Rodrigues do Carmo Souza e o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza. Segundo o advogado dela, Francisco Simim, Dayanne quer R$ 17 mil para os dois filhos do casal, quantia equivalente, de acordo com Simim, ao que foi concedido a Bruninho, filho de Eliza Samudio.

"Nem foi comprovado que ele é realmente filho do Bruno e a avó já recebe R$ 17 mil. Nós queremos uma pensão que seja do mesmo patamar", afirmou. Sônia de Fátima Moura, avó de Bruninho, mora com o neto em Anhandui, a 65 km de Campo Grande (MS), e afirmou, em entrevista ao Terra, que não está recebendo nenhuma quantia de pensão para o neto. Em abril deste ano, a 1ª Vara de Família da Barra, no Rio de Janeiro, determinou que Bruno pague 17,5% dos seus vencimentos de pensão a Bruninho.

Apesar da intenção de receber a quantia, o advogado explicou que há um problema que emperra todo o processo de separação. "Como nós cobraríamos do Bruno a pensão se ele está preso e não tem como trabalhar para pagar?", questionou Simin. Para tentar resolver o problema, que somente poderia ser resolvido, segundo o advogado, se Bruno fosse solto e voltasse a jogar futebol, Simim afirmou que vai se reunir em breve com o advogado do jogador, Claudio Dalledone Júnior. A intenção, segundo ele, é "acertar o melhor acordo para as partes". "Acredito que todos nós estamos trabalhando para que o Bruno fique solto. Essa também é a intenção da Dayanne", disse.

"Foi um ano que eu quero esquecer". Essa foi a única frase dita ao Terra por Dayanne, quando perguntada sobre o sumiço de Eliza Samudio, que no sábado, 4 de junho, completa um ano. A partir daí, pediu para não mais conversar com a reportagem sobre o assunto e indicou para novas informações o seu advogado.

Dayanne costuma levá-los para visitar o pai na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. Ela mora em Belo Horizonte com a mãe e aguarda julgamento em liberdade pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e do filho dela, que também seria de Bruno.

O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses, estava lá. A mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio e Bola serão levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.





Fonte: Terra

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