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Internacional
Sábado - 04 de Junho de 2011 às 12:58

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O Papa Bento XVI, que iniciou neste sábado uma visita a Zagreb, pediu aos croatas que entrem com alegria na União Europeia (UE) e ajudem os europeus a valorizar sua "riqueza espiritual", menosprezada pelo "individualismo e os espaços privados". "Acredito que a maioria dos croatas pensam com grande alegria na adesão à UE", disse o Papa aos jornalistas no avião e que o levou a Zagreb.

 

A entrada da Croácia na UE é "lógica, justa e necessária", declarou. A Croácia espera concluir até o fim do mês as negociações de adesão à UE para entrar no bloco europeu em meados de 2013. "Desde suas origens, vossa nação pertence à Europa", disse, no aeroporto de Zagreb diante do presidente croata Ivo Josipovic, antes de elogiar os "13 séculos de fortes e especiais vínculos" com a Santa Sé.

 

"Tomara que esta querida nação ajude a União Europeia a valorizar plenamente sua riqueza cultural e espiritual", acrescentou. Durante os dois dias que passará exclusivamente em Zagreb, o Papa se encontrará em um país com população de 4,4 milhões de habitantes, 90% católica, onde os sentimentos nacionalistas e católicos se conjugam.

 

Parte da opinião pública e da Igreja croata, muito nacionalista, ainda critica a Europa por sua prudência durante a luta pela independência do país, no conflicto armado entre croatas e sérvio de 1991 a 1995. "Vinte anos depois de ter proclamado a independência e pouco antes da plena integração da Croácia à UE, a história passada e recente de vosso país pode constituir um motivo de reflexão para todos os demais povos do continente e ajudá-los a conservar e reavivar o inestimável patrimônio comum de valores humanos e cristãos", disse o Pontífice no aeroporto.

 

Segundo ele, a cultura contemporânea se caracteriza por "un individualismo que favorece a visão de uma vida sem obrigações e a busca permanente de espaços privados". O Papa também elogiou o cardeal Alojzije Stepinac, beatificado por João Paulo II em 1998, apesar de seu papel, que para alguns historiadores foi o de cúmplice do regime croata pró-nazista dos Ustasha. Mas para Bento XVI, Stepinac "defendeu os judeus, os sérvios e os ciganos perseguidos pelo regime".

 

O presidente croata saudou "a autoridade moral e política da Santa Sé", que ajudou a frear a agressão contra a Croácia, em referência ao reconhecimento do novo Estado croata em janeiro de 1992 pelo Vaticano. Dois dias depois, os países da UE também reconheceram a independência.





Fonte: AFP

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